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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Rage Against the X Factor - The Outcome
Mais uma prova que vivemos numa era em que a internet nos torna capazes de (quase) tudo, seja isso no bom ou no mau sentido.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Rage Against the X Factor
O X Factor é assim uma espécie de Ídolos, que já se realiza há uma data de anos neste país, e cujo primeiro prémio é gravar um single que é editado uns dias a seguir à final, e que regra geral se torna o disco mais vendido no Reino Unido na semana do Natal.
Após alguns anos de singles pirosos, finalmente alguém resolveu gritar basta, e deu-se ínicio a um movimento, movimento este alimentado em grande parte pelo poder dos novos meios de comunicação online. Alguém se lembrou de recuperar ''Killing in the Name'' dos Rage Against the Machine, lançada no já longínquo ano de1992, e torná-lo o single número 1 deste Natal, em vez de mais um single saido direitinho do forno do X Factor, sendo que este ano se trata de uma versão lamechas de uma música já por si lamechas da Miley Cirus (ou Hannah Montana, para quem vê o Disney Channel).
O grupo no facebook que apoia esta causa conta já com muitos milhares de apoiantes, e ''Killing in the Name'' encontra-se de momento à frente do ranking de singles vendidos.
Será possivel ter uma música tão controversa como esta como número 1 deste Natal? Por mim seria um verdadeiro deleite, mas o facto do single do vencedor do programa X Factor ter saido em CD na terça feira pode fazer com que as mamãs e as vovós desatem a comprar o CD para as filhas ou netas, ultrapassando assim as vendas da música dos RATM, que dispararam online nesta semana.
O facto de ambas as músicas serem lancadas pela Sony, quer dizer que no fundo ninguém fica a perder com isto. Dizem as más linguas que isto é tudo arquitectado pela própria Sony para vender mais singles. Ora eu acredito que os senhores da Sony tenham melhores estratégias para estimular as suas vendas... Até porque se o objectivo é vender mais, escolher Killing in the Name dos RATM, uma música a maioria das vezes censurada nas rádios e que inclui 17 vezes a chamada “F word” não me parece ser a melhor estratégia.
Os próprios Rage Against the Machine já vieram a público dizer que apoiam a causa, e que parte das receitas da venda do single “Killing in the name” reverterão para caridade. O que fica sempre bem, especialmente nesta quadra natalícia.
Para quem quiser ouvir RATM ao vivo na BBC Radio 5, a dar a sua opinião sobre esta íniciativa, cliquem aqui. E no final, a serem iguais a si mesmos.
Resta-nos esperar para ver quem ganha este campeonato. Eu, embora já tivesse a música na minha colecção, já fiz a minha parte e contribui para esta causa.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Holy Night and much more
Carnaby Street, depois dos fantásticos Pais Natais do ano passado (que podem ver aqui), este ano delicia-nos com decorações um pouco mais psicadélicas, em antecipação ao seu 50º aniversário. Uma homenagem aos anos 60, altura em que a rua se tornou famosa.
Outra tradição de Natal em Londres é o acender das luzes da àrvore de Natal em Trafalgar Square. Todos os anos, desde 1947, a Noruega oferece um enorme pinheiro aos londrinos como forma de agradecimento pelo sua ajuda durante a Segunda Guerra Mundial. O acender das luzes é um grande evento, com cânticos de Natal muito espirito natalício, a que muitos londrinos não faltam.
E porque o Natal também não escapa às garras do Marketing, em Oxford Street mais uma vez as luzes foram patrocinadas por um filme de animação (pelo menos não é uma marca de tabaco ou outra coisa maléfica do género). Este ano, A Christmas Carol, a mais recente adaptação do famoso conto de Charles Dickens, desta vez com Jim Carrey no papel principal. Jim Carrey esse que teve a honra de acender as luzes da rua mais movimentada da Europa. Se o filme é bom ou não, não sei, mas aqui fica uma foto das luzes:
Feliz Natal a todos!
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
This is Halloween
domingo, 29 de novembro de 2009
Don't worry, be happy
A par de LA e Nova Iorque, Londres é uma das capitais mundiais da comédia. Existem clubes de comédia a cada esquina, e nas ruas mais movimentadas do centro é comum esbarrarmos com pessoas que distribuem panfletos anunciando espectáculos e prometendo gargalhadas a torto e a direito.
No domingo fomos assistir a um espectáculo de stand up comedy um pouco diferente, no entanto. Diferente porque foi todo em português.
Soubemos através de um amigo que António Raminhos e Pedro Miguel Ribeiro iam dar um espectáculo inteiramente em português no Brixton Comedy Club. Já tinha visto ambos na televisão, embora não conhecesse muito do trabalho deles. Dado serem portugueses e comediantes (combinação que iria sempre resultar a menos que um deles se chamasse Fernando Rocha), não pensamos duas vezes e decidimos ir. Mesmo que não tivessem piada, la estariamos a apoiar o que é português.
Depois de um domingo de muita chuva e ventania, lá enfrentamos a intempérie e dirigimo-nos a Brixton, onde nos encontrámos com alguns amigos. Ao chegarmos ao local, encontrámos os dois comediantes sentados no pub a trabalhar no seu material enquanto bebiam umas 'pints' (que melhor catalizador para a inspiração que a cerveja?). Um dos nossos amigos já os tinha encontrado em Camden durante a tarde, e após uma aproximação talvez um pouco assustadora para o Raminhos, na qual o meu amigo se apresentou, pode-se dizer que já eram quase bons amigos.
Ao inicio a sala parecia algo vazia, mas passados alguns minutos ficou practicamente cheia, contando-se cerca de 50 espectadores, o que convenhamos, para um espectáculo de comédia em português em Londres, não é nada mau.
Pedro Miguel Ribeiro começou, e à medida que foi aquecendo foi melhorando e acabei por soltar umas boas gargalhadas com a sua actuação. Talvez pecasse pelo demasiado esforço em adaptar as piadas à realidade londrina (todos nós sabemos o que são Euros, não há necessidade de adaptar para Libras, por exemplo) mas regra geral esteve bem e com piada. Na segunda parte António Raminhos foi sem dúvida a surpresa. Desde a sua entrada em palco que nos fez soltar gargalhadas valentes, não só pelo seu material mas também pelo seu aspecto (cabelo desgrenhado e barba comprida), que ele sabe bem usar a seu favor. No fim, uma experiência a repetir da próxima vez que vierem a Londres, como ficou prometido.
Se o espectáculo em português não foi uma experiência nova para ambos (dado ser a segunda vez que actuaram juntos em Londres), de louvar a estreia na comédia em inglês, onde se estrearam uns dias antes do espectáculo em Brixton. Infelizmente não pude comparecer, mas gostava de lá ter estado a apoiar malta tuga, e com piada ainda por cima.
Sempre agradável assistir a espectáculos em português com qualidade em Londres, onde a musica pimba e seus derivados é geralmente mais frequente nos acontecimentos portugueses.
Para saber mais sobre António Raminhos, cliquem aqui.
domingo, 22 de novembro de 2009
Welcome to the jungle
Um acto de protesto ou desespero? Não sei qual a sua motivação. Mas a crise (seja lá o que isso for) está em todo o lado.
domingo, 8 de novembro de 2009
Vida e Café
Happy Birthday to Me
Estava um pouco apreensiva, estando longe da minha família e dos meus amigos, mas no final tudo correu muitíssimo bem e acabei por ter uma festa muito divertida e agradável, com direito a algumas supresas. O melhor presente foi aperceber-me (embora já o soubesse) que não estou sózinha nesta cidade, e que conheci pessoas às quais posso chamar de amigas e que me apoiam nesta aventura. O que é sempre bom quando estamos longe! Considero que (e sei que esta opinião é algo controversa) que à medida que vamos ficando mais velhos vai-nos sendo mais dificil criar laços de amizade profundos, mas não o é de todo impossível.
No entanto, não deixei de ir a Portugal celebrar os meus anos (acabando por ter tido 3 festas de aniversário – nada mau!) primeiro com a minha família que tanta falta me faz, e depois com as minhas amigas fofanelas a quem já conheço à tanto tempo que practicamente não sei imaginar a vida sem elas. Obrigada amigas, por uma noite espectacular, de muita risada e viagens do tempo até a uma década onde tudo era mais glamoroso e a malta usava chumaços nos ombros para parecer mais “cool”. No entanto, senti pela primeira vez nos ombros o peso da idade ao aperceber-me da expressão de ignorância no rosto do meu sobrinho quando lhe perguntei o que era um walkman! Enfim, ele é da geração da internet, do hi5, do youtube, das PS3, e às vezes juro que me parece que lhe custa acreditar que há 13 anos a maioria destas coisas nem sequer existiam!
Obrigada também à minha Trix pela sua disponibilidade num domingo à noite, por me dar o previlégio da sua companhia, embora que breve demais. Fica prometido o nosso jantar em Dezembro!
Mais um ano, e no entanto continuo a pensar que ainda sou a miúda de 16 anos de há anos atrás, cujas maiores dúvidas existênciais eram onde fazer o piercing ou onde ia sair no sábado à noite.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Art in a Material World
Londres é uma cidade de muitos e diversos museus. De entre todos, o meu favorito é Tate Modern, não só pela sua colecção de arte moderna, como também pelo seu edifício, uma antiga central eléctrica convertida em museu. A sua localização privilegiada junto ao Tamisa, com a Catedral de São Paulo logo do outro lado da cosmopolita Millennium Bridge, permite aproveitar uma zona bastante movimentada e bonita de Londres ao mesmo tempo que absorvermos alguma cultura.
O único senão deste museu é o facto de não conter nenhuma obra do meu artista favorito, Keith Haring. Quem já visitou a minha casa ou trabalhou comigo, decerto percebeu a minha predilecção por este artista. Gosto particularmente do seu traço simples mas vibrante, que me desperta quase sempre boas emoções.
K. Haring teve o seu auge nos idos anos 80, e já antes de Banksy colorir as paredes do mundo já Haring espalhava um pouco da sua arte por toda a parte. Um dos protegidos de Warhol, começou a aproveitar o espaço publicitário vazio no metro de NY para dar a conhecer o seu trabalho. Daí a abrir a sua Pop Shop, onde colocou a disposição de todos a sua arte (era através da reprodução do seu trabalho que a sua arte ganhava vida, segundo o próprio), foi um salto.
Keith Haring na Pop Shop, em Nova Iorque
Tive a oportunidade de ver uma exposição com alguns dos seus maiores trabalhos em Lisboa, no Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos, há já alguns anos. Em algumas viagens que fiz, tive a sorte de ver mais alguns, como no Checkpoint Charlie Museum em Berlin, onde está exposto uma parte do antigo muro de Berlim onde Haring pintou uma das suas imagens de marca, o anjo. Também em Nova Iorque, no MOMA, pude ver alguns dos seus trabalhos.
Foi por isso que, ao me deparar com uma réplica da famosa Pop Shop em plena Tate, o meu coração disparou e senti-me como uma criança pequena em véspera de Natal. Oportunidade também para ver várias fotografias de Haring no seu dia a dia, inclusivamente uma foto maravilhosa a pintar Grace Jones, essa incrivel vilã dos filmes do Bond. Interessante também o reforço da ideia de Pop Art estar intimamente ligada à publicidade, ou vice-versa, deixando-me a pensar se será essa a razão que me leva a gostar de ambas as áreas.
No fim, uma questão ficou no ar. Quais os limites da arte? Não me proponho responder a esta pergunta, que tantos antes tentaram responder. A exposição era para maiores de 18 anos. Básicamente porque uma das salas continha uma série de fotografias (e algumas esculturas) que tinham como protaganista o autor das obras e nem mais nem menos que a famosa Cicciolina, em poses bastante explícitas (um dos quadros entitulava-se 'Jeff on Top', só para terem uma ideia). No museu conseguia-se vislumbrar os visitantes mais púdicos, que não escondiam o seu ar chocado, e outros que olhavam atentamente as obras, talvez na esperança de as tentar perceber melhor (prefiro pensar que era nisto que eles estavam a pensar). Mais interessante que esta parte da exposição própriamente dita, foi ver um pobre segurança a tentar barrar a entrada aos menores de 18 anos presentes na exposição, e a muitas vezes ter de explicar aos pais que os acompanhavam a razão porque o tinha de fazer.
Fora este momento canal 18 em plena Tate, foi sem dúvida uma bela tarde bem passada, e com vontade de repetir em breve.
E se quiserem saber mais sobre Keith Haring, cliquem aqui.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
London Bridge is Falling Down
Estou em Londres há quase 3 anos.
3 anos a conviver lado a lado com Lord Nelson, que de topo da sua coluna em Trafalgar Square espreita pela janela da agência e me consegue ver, dia após dia sentada na secretária, a beber chá atras de chá.
3 anos a sentar-me no andar de cima dos famosos Double Deckers, os autocarros vermelhos de dois andares tipicamente londrinos.
3 anos a descer as escadas do famoso Tube, o metro londrino, até às entranhas da terra, interceptadas por milhares de carris que se cruzam e levam milhares (milhões?) de pessoas a todo o lado.
3 anos a citar o mapa do metro em segundos (mudar em Kings Cross para a Picadilly Line, em Bank para a Central Line...).
3 anos a esquivar-me à chuva e a cobiçar o sol.
3 anos a olhar para o lado errado quando atravesso a estrada (independentemente dos avisos pintados no alcatrão).
3 anos a pensar numa língua estranha que fica algures entre o português e o inglês, e por vezes a sonhar inteiramente em inglês. 3 anos a passar quase diáriamente junto a St. Pauls Cathedral, e a admirar o branco das pedras que compõem a sua magnífica estrutura.
3 anos a evitar turistas que tiram fotos incessantemente pelas ruas no centro de Londres.
3 anos a a resistir a beber chá com leite.3 anos a celebrar a implantação da República a 5 de Outubro, quando na realidade vivo numa Monarquia.
3 anos com inveja dos feriados religiosos em Portugal.
3 anos a ignorar milhas e a continuar a pensar em quilómetros.
3 anos a converter libras para euros inconscientemente.
E no entanto, mesmo após 3 anos, quando vou na rua ainda dou comigo a pensar 'Estou em Londres!' como se fosse algo inesperado que tivesse acontecido ontem. Ainda dou comigo a acelerar o passo para conseguir um lugar no andar de cima dos autocarros (nos lugares da frente de preferência, que a vista é melhor). Ainda me maravilho com Trafalgar Square e a National Gallery, o coração ainda bate um pouco mais forte quando vejo o Bin Ben ou quando o sol de fim de tarde ilumina St. Pauls Cathedral. Ou quando desço Regent Street e chego àquela zona em que se começa a ver o reflexo dos néons de Picadilly. Ou quando relaxo nos infinitos parques da cidade. Ou até quando tomo o pequeno almoço no meu café favorito, onde posso ler livre de turistas e do burburinho do centro. E quando vou de manhã para o emprego e me sinto como se estivesse a viver uma realidade que não a minha, o sonho de outra pessoa.
E quando penso tudo isto, sorrio e desacelero o passo para apreciar esta cidade maravilhosa.
domingo, 4 de outubro de 2009
Et kappløp i Oslo
Cá vou eu a caminho do aeroporto. Depois de uma semana terrível em que mal tive tempo para fazer a mala, cá me encontro, finalmente, sentada no comboio que nos levará ao aeroporto de Stansted. Estou cansada, com o coração ainda a bater rápido do stress desta semana, mas feliz e esperançosa que este seja um bom fim de semana. E espero também que, nos poucos minutos que tive para fazer a mala, não me tenha esquecido de nada importante.
25 de Setembro - 20:08
Os aviões da Ryan Air não são dos mais confortaveis. Estilo minimalista levado ao extremo. E o amarelo berrante usado em contraste com azul escuro não foi uma escolha brilhante para serem as cores oficiais da companhia. Se eu tivesse que olhar para isto todos os dias dava em louca! No entanto, isso podia explicar porque o pessoal de bordo tem um sotaque espanhol tão cerrado ao falar inglês! O amarelo deu com eles em doidos. Mas não, parece que em vez de irlandeses, ingleses ou até noruegueses, a Ryan Air prefere os espanhois. Por mim tudo bem, só e pena não perceber patavina do que eles dizem! E já deu para nos rirmos que nem uns perdidos, até descobrirmos que uma delas é portuguesa. Aí tivemos que nos controlar, não fossem eles perceber o que dizemos e cuspir-nos nas bebidas, que já por si são caríssimas, com um topping de cuspo devem ser ainda mais caras.
Sentamo-nos numa esplanada confortável, com sofás de verga e almofadas, e com mantas para quem tivesse frio. Verdade seja dita, ninguém as estava a usar. Oslo promete!
E agora, descansar. Amanha será um dia longo e agradável, esperemos.
Parlamento
Para melhor apreciarmos o fiorde, fomos num passeio de barco que em 2 horas nos mostrou as ilhas e as encostas do Oslofjord. Um passeio absolutamente delicioso, num dia de sol fantástico. Na memória ficam não só a paisagem natural lindíssima como também a imagem das pequenas casas de Verao nas várias ilhas, algumas deles bastante isoladas! Muito interessante o facto de haverem ainda muitas pequenas casas junto ao mar onde as pessoas se banham no Verão. Muitas destas casas estão ainda conservadas como antigamente, separadas ao meio, com uma zona para homens e outra para mulheres, onde se podiam banhar sem nunca se misturarem devido a uma divisória que lhe permitia conversarem sem, no entanto, sem verem! Estas casas geralmente tem traços semelhantes as casas principais dos seus donos (cor e estrutura por exemplo), permitindo assim uma fácil identificação.
Depois deste passeio fantástico tivemos tempo ainda de visitar a galeria nacional onde apreciamos, entre outras obras, o famoso quadro de Munch, "O Grito". Depois de uma pausa para uma bebida quente servida num recipiente menos tradicional, passámos no museu do Prémio Nobel e visitamos a Ópera, cujo fantástico edifício nos permite passear no seu telhado e apreciar a vista sobre o fiorde.
Para jantar, fomos até Aker Bryge, onde nos deliciámos com lagosta e camarão dos fiordes, que embora ainda acima da média, com preços mais acessíveis na Noruega devido a abundância. E sendo Oslo a segunda cidade mais cara do mundo (como bem o sentimos), até conseguimos uma conta menos assustadora do que esperavamos.
Oslo é sem dúvida uma cidade diferente no que diz respeito a música:
os bares de rock e metal são em abundância e até tive o prazer de ouvir RATM numa casa de sandes! Os bares ficam abertos até tarde e a música toca alta pelas ruas, sem que ninguém se mostre minimamente preocupado. Fica a dúvida se será assim quando a cidade se pinta de branco-neve no Inverno.
Hoje é o último dia em Oslo. Lá está o tempo a pregar-nos a partida de acelerar os seus ponteiros e de fazer as suas areias correrem mais rápidas quando nos estamos a divertir. Acordámos cedo e voltámos a lutar com as muitas dezenas de japoneses hospedados no nosso hotel por um lugar ao pequeno almoço. Depois de bem sucedida esta tarefa, e depois de forrarmos o estômago com alguma comida (embora depois da refeição de ontem tudo pareça pouco digno) metemos pés ao caminho até ao porto, onde apanhamos o ferry para Bygdøy, a 'ilha' dos museus. O pouco tempo que nos restava obrigou-nos a escolher apenas 2 dos 5 museus disponíveis: o Vikingskipshuset ( museu do barco viking) e o Norsk Folkemuseum (0 museu tradicional norueguês).
A ilha dos museus é uma zona residencial muito agradável e sossegada, de casinhas de madeira com telhados quase verticais (de modo a escoar a neve no Inverno) e barcos ou respectivos atrelados à porta. Deve ser uma delícia no Inverno! Uma delícia gelada, no entanto.
Trafikanten: posto de turismo
Uma bicicleta noruguesa, que aparentemente não é lá grande coisa...
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Starters
Bom, este meu amigo e francês. Há alguns anos fez uma viagem a Portugal, onde percorreu o litoral de carro. Estávamos a falar das minhas férias. A conversa decorreu mais ou menos assim:
Ele: Entao comeste sardinhas nas férias?
Eu: Claro!
Ele: Quando lá fui comi. São óptimas. Embora deitem cá um cheiro...
Eu: Sim, pode ser desagradável. Mas o sabor compensa.
Ele: Sim, sem dúvida. Gostei muito. Aliás, gostei de toda a comida. E bebida. E das pessoas tambem. Muito simpáticas. Não são como os espanhóis, que são um pouco antipáticos (ok, admito que nesta parte automáticamente ele subiu uns quantos lugares no meu ranking).
Eu: Pois isso já não sei...(eu armada em politicamente correcta).
Ele: Só houve uma coisa que eu não gostei...
Eu: Então? (já temendo, com mil coisas típicamente portuguesas a vir-me à cabeça, entre elas caca de cão nas ruas, homens com unha do mindinho crescida para coçar o ouvido e palitar os dentes depois de cuspir para o chão, mulheres de bata nas ruas, galos de barcelos, entre outras).
Ele: Aquela coisa das entradas nos restaurantes. Sentas-te, eles trazem as tais entradas. Tu pensas: 'Ena que queridos! Muito hospitaleiros!', e no fim aquilo que pensavas ter sido oferta da casa vem incluido na conta a preços exorbitantes. Isso acontece com toda a gente ou só com turistas?
Eu: Errrr (controlando o riso)...acontece com todos!
E a conversa continou comigo a explicar-lhe os meandros das contas de restaurante em Portugal. Portuguesices!
domingo, 6 de setembro de 2009
From Dusk 'till Dawn
Para não dizerem que sou mázinha, aqui ficam algumas fotos da localidade, que na minha opinião, até favorecem o sítio:
Depois desta experiência quase traumatizante, fomos até Canterbury, o centro da religião anglicana. Uma cidadezinha encantadora, com a sua catedral com o mesmo nome. Almoçamos num pub, fish and chips e uma pint ( de shandy, mas não deixando de ser pint) ao som de Beatles. O centro de Canterbury é realmente pitoresco, com as suas casinhas baixinhas típicas e as lojas a lembrarem a Inglaterra de antigamente.
Depois do almoço fomos visitar a catedral, onde tivemos a oportunidade de ver e ouvir um pouco do ensaio do coro. Uma bela experiência, e não fosse o facto de não ver asas, provavelmente teria acreditado que aquelas criancinhas com vozes de mel seriam anjos. Outro ponto interessante foi o facto de pela primeira vez ter visto uma vigária, o que, como mulher, me deixou a sorrir e até, confesso, com uma pontinha de orgulho. Ou talvez seja apenas o meu lado rebelde a vir ao de cima.
Depois de tomarmos uma bebida quente para aquecer (visto que o dia estava surpreendentemente fresco) no Starbucks de Canterbury (que pelos vistos é habitado por criaturas mitologicas peludas que só surgem em noites de lua cheia – ver foto abaixo) metemo-nos ao caminho para visitar Leeds Castle, entitulado por muitos como o castelo mais bonito de Inglaterra. Infelizmente, chegámos já tarde, e não conseguimos entrar, tendo então que deixar esta aventura para uma próxima vez. Esperemos que não seja para Abril de 2010.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Be Quiet and Drive (Far Away)
Já era para os ter visto ao vivo por cá no Verão passado, mas quando o concerto foi adiado para outra data, não pude ir. Foi por isso que assim que soubemos deste concerto comprámos bilhetes quase de imediato.
O concerto abriu logo em grande, com Feiticeira (nã confundir com Feiticeira do Luis Represas, para vosso bem: esta Feiticeira tem uma origem muito mais interessante). Finalmente, Chino voltou à sua figura original, estando agora muito mais magro (tendo muitas vezes lutado para manter as calças no sítio), mas sinceramente não sei onde estava com a cabeça quando o achava a modos que interessante. Devo ter batido com a cabeça ou coisa do género, ficando um pouco confundida durante algum tempo. Mas a sua força em palco continua a mesma (aliás ele é que a certa altura caiu e bateu com a cabeça, mas não foi por isso que ficou confuso ou reduziu a quantidade de energia depositada em cada música). Até porque tocaram todas as canções que se esperava, incluindo Change, Engine nº9, Digital Bath, My Own Summer, Be Quiet and Drive (set list completa aqui) e Passenger, como já disse, mas nunca é demais dizer, a minha favorita.
De assinalar a homenagem sentida a Chi Cheng, baixista, em coma desde Novembro do ano passado devido a um acidente de carro.
Uma noite quase perfeita, só faltando partilhá-la com a minha querida amiga Rita, que eu sei de certeza, teria adorado, tanto ou mais do que eu! Para ela, aqui fica este video:
sábado, 22 de agosto de 2009
You just say "Bingo"
Magnificent
Quase 12 anos volvidos e voltei a ver U2 ao vivo. Os anos passaram, álbuns novos vieram. Desliguei-me um pouco depois de Pop, mas com How to Dismantle an Atomic Bomb reatei a minha ligação com o quarteto irlandês. Agora é um pouco 'trendy' dizer que não se gosta de U2, que o Bono é um convencido pretensioso com complexo de super herói. Nessa caso, acho que não sou trendy o suficiente. Mas quero lá saber. Achtung Babe é um dos álbuns que marcou a minha adolescência, e o mesmo pode ser dito de Zooropa. Ainda me lembro quando, no 8º ou 9º ano, ja não sei precisar, recebi um redondo 1 (!) na avaliação da minha capa de Educação Visual por ter desenhado o astronauta da capa de Zooropa. Incompreendida, já então!
Se Pop Mart Tour foi megalomona, que dizer da 360Tour? Com um estructura impressionante, qual aracnídeo espacial, um sistema video que permite uma visão 360 sobre o palco, cujo campo de visão está quase ao mesmo nível (com excepção de uma pequena área na parte de trás do palco, todo o estádio consegue ver o que se passa) é dificil não se ficar de boca aberta ao entrar no recinto. Achava que depois de ver Bono sair de um limão gigante para cantar Lemon em Alvalade, nada me iria impressionar, mas mal sabia eu acerca desta Tour.
Megalomono também o número de pessoas, perto de 90.000, quebrando assim o recorde de audiências em Wembley. E acreditem que ouvir 90 mil pessoas a cantar em unissino é qualquer coisa de especial.
E se dá para notar algumas evidências que os rapazes já não têm 20 anos, em termos de performance tenho a dizer que a genica é a mesma de há 12 anos atrás. Em termos de alinhamento, à parte da grande falha de não terem tocado nada do Zooropa [tinha custado muito tocar Stay (Farway, So Close)?], nada a assinalar. Valeu a surpresa de tocarem Ultra Violet (Light My Way), com Bono envergando um casaco de luzinhas violeta muito apropriado.
One, na minha opinião uma das melhores canções pop de sempre, parece não resultar tao bem ao vivo. Fiquem com a mesma sensação em Alvalade (e também com a minha velhinha VHS da Zoo TV Tour em Sidney). One é uma canção magnífica, muito bem escrita, quer em termos de letra quer de música. Acho que já a ouvi milhões de vezes, e sempre que a oiço não consigo deixar de vibrar com a forma como tudo se desenrola, num crescendo de intensidade. Não sei se Bono estã farto de a cantar tantas vezes, mas a verdade é que ao vivo perde um pouco da sua magia. Talvez, para mim, seja uma cancão para ser ouvida sózinha, no meu cantinho.
A par com a impressionante demonstração do poder da tecnologia, fica na memória o momento em que Bono pede para se desligarem as luzes do estádio e nos pediu que colocassemos os nossos telemóveis no ar ao som de Moment of Surrender. Uma autêntica Via Lactea em Wembley!
De assinalar também a excelente organização dos transportes de Londres, e da polícia, que conseguiram exemplarmente escoar perto de 90 mil pessoas do estádio num piscar de olhos, tornando assim aquilo que previa como sendo uma viagem de pesadelo até casa, como uma viagem mais ou menos normal à hora de ponta.
domingo, 16 de agosto de 2009
The Beach
Uma coisa bem pexita que eu nunca tinha experenciado era ir ao Ribeiro de Cavalo. Agora que se calaram os gritos de exclamação, confirmo, eu nunca lá tinha ido. Isto para quem é de Sesimbra é uma falha quase tão grave como nunca ter ido comer caracóis ao Charrinho.
Enfim, decidida a colmatar esta falha que fazia de mim uma pessoa menos digna, aceitei pernoitar nesta maravilhosa praia com uns amigos. O principal acesso ao Ribeiro de Cavalo é feito através do mar, mas como a maioria das pessoas não tem o previlégio de possuir meio de transporte que permita tal coisa, o acesso terra, descendo pela encosta mais ou menos acidentada é o mais utilizado.
Ainda hoje estou para perceber como eu decidi aceitar de bom grado a ideia de ir de canoa até este pedaco de paraíso em Sesimbra. Quem me conhece há tempo suficiente para se lembrar das minhas aulas de Educação Física, lembrar-se-á com certeza das minhas tristes figuras quando tentava practicar algum tipo de desporto. Eu sempre fui mais bolos, como dizia o outro. Mas como o tempo muda uma pessoa e eu até gosto de aventuras, lá disse que sim, embora tivesse algumas dúvidas que fosse capaz de chegar ao nosso destino sem cair ao mar. Na dúvida, resolvi envolver toda a mercadoria em sacos de plástico, não fosse o diabo tecê-las. Após algumas voltinhas a tentar dominar o remo, aqui a que vos escreve tem orgulho em dizer que completou não uma, mas duas viagens de canoa sem cair ao mar. Houve momentos, é certo, que temi um pouco, mas no geral correu tudo bem e à parte do calo no polegar direito, um semi-escaldão nas pernas e alguma salmoura na roupa lá chegámos são e salvos. E a vista, meus amigos...só por isso valeu a pena o esforço.
Não somos nós na canoa, mas podiamos bem ser.
Puff, o nosso fiel companheiro de acampamento
O nosso estaminé já montado
Ribeiro de Cavalo, visto do Aquarama
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
You know I'm back, I'm back...
O tempo é muito temperamental. Tem o condão de se arrastar quando estamos a fazer algo mais aborrecido ou de voar quando estamos a passar um bom momento. Por isso 2 semanas (e 3 dias) podem parecer muito mas também podem parecer muito pouco. As minhas férias lá se passaram, sempre bem aproveitadas, por isso sempre a voar. No entanto agora que findaram, fica o gostinho a caracóis e vinho verde nos lábios e a sensação de que havia pouco mais a desejar. Muito sol, muita alegria, embora infelizmente (como já se começa a tornar hábito) não tivesse conseguido estar com toda a gente.
Aqui fica a lista das coisas que marcaram este meu 'Verão'.
Coisas que descobri (ou re-descobri):
Tango (bebida, não a dança)
Maracujoscas
Ribeiro de cavalo e acampamentos na praia
Canoas (e respectivos 'dói dóis canoeiros')
Cães (a minha aversão esta prácticamente curada, graças ao Bolt, Hiro e Puff)
Passeios de barco na nossa bela Sesimbra e o ar salgado a bater na cara
Farinha Torrada (esse doce tão pexito quanto calórico)
Coisas que de novidade pouco teem mas pelas quais anseio sempre:
As minhas Sesimbra e Lisboa
A minha familia sempre igual a si mesma, que me estragaram com mimos e que tanta falta faz por cá
Os meus amigos, os seus sorrisos e as suas conversas
As minhas fofanelas, pelos dias de praia e pelas noites de borga, e acima de tudo pela companhia
Caracóis, choco frito, salada de polvo, ameijoas e, desta vez, até arroz de tamboril
Caipirinhas
Pão com chourico e bolos depois de uma noitada
As compras com a minha mana (eu compro sempre mais coisas que ela, não é nada justo)
O meu Benfica a ganhar (vamos deixar esta neste grupo, ok?)
Chá no Chiado para pôr a conversa em dia
Coisas que não tenho saudades, mas que teem mesmo que ser:
Trânsito na auto-estrada a caminho da ponte (norte/sul/sul/norte)
Praia ao domingo (mas eu vou na mesma!)
'Seitas do garrafão' que vao para a praia em excursão ao domingo com os seus 1024 chapéus de sol, 325 geleiras com minis e sou capaz de jurar que desta vez ate vislumbrei um fogareiro
Falta de lugares para estacionar
Preço da gasolina (mas está tudo maluco por aí?)
Carnavais de Verão em Sesimbra (não gosto, não gosto e não gosto!)
E por aí fora... Para o ano há mais Verão assim. Entretanto vou vivendo o resto do Verão londrino que também está recheado de surpresas. Vou relatando aqui, no sítio do costume (não confundir com o Pingo Doce).
Anybody Out There?
Após umas semanas de trabalho non-stop e de umas férias espectaculares, Cá estou de volta ao fog.
Prometo novidades em breve!!
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Moonwalk
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Eat like a Portuguese
Optei por um prego, desejosa de comer um belo bifinho entre duas metades de papo-seco ensopado em mostardinha. Mas o que me chegou à mesa era um pouco differente: o bife estava lá, e até a tentativa de papo seco (ou portuguese roll, como lhe chamam) não era assim tão diferente, mas mostarda, nem vê-la. Em vez disso, maionese. Maionese! E uma folha de alface e rodelas de tomate. Sim, salada num prego. Ora meus amigos do Nandos – isto não é um prego! É um hamburguer mutante. Um hamburguer-prego. Um hambrego. Ora, estão um pouco equivocados nisto da comida portuguesa. E depois de ver o seguinte viral no youtube, não isto do hambrego não me surpreende:
Ora bem, eles também não sabem bem o que é ser português. Nós não somos todos padres com bigode. E além lhes diga que lá por uma canção ter a palavra ‘Portugal’ no refrão, não quer dizer que seja cantada em português.