Bom, mas chega de conversa fiada...
Estar em Inglaterra e não ir ver um jogo da Premier League seria quase heresia. Depois de ter visitado o Emirates Stadium para ver Portugal x Brasil (jogo esse que ganhámos), foi a vez de ir até Old Trafford. Planeamos tudo em Fevereiro, altura em que o jogo deveria ter acontecido, mas porque o Manchester United foi apurado para a final da Taça de Liga, o jogo foi adiado para Abril. E nós, de bilhete na mão, lá tivemos de alterar os nossos planos e esperar até Abril. Inicialmente o jogo iria realizar-se num sábado, dando-nos algum tempo para visitar Manchester (essa bela localidade). Mas a nova data calhou a uma quarta, não nos deixando outra alternativa senão partir à hora do almoço, depois de uma manhã de trabalho, ficar lá e regressar no comboio das 6 da manhã a Londres e ir directos para o trabalho. E nós, tudo bem, vamos a isso.
E lá fomos, numa quarta-feira quente. Entrámos no comboio em Euston e 2h10m depois chegavámos a Manchester, depois de muitas paisagens verdejantes e ovelhas a pastar. Manchester é uma cidade que não me impressionou, mas à qual tenho de dar o beneficio da dúvida porque não estive lá tempo suficiente para ficar com opinião formada. Achei-a muito escura, com os seus edifícios tipo armazéns, típica cidade que se desenvolveu com a revolução industrial.
Depois de alguma confusão para encontrar o hotel (dois hoteis com o mesmo nome, na mesma zona, quem se ia lembrar disto?) e com algum atraso do autocarro, lá chegamos ao estádio. Para quem já foi ver um jogo de futebol, sabe como é o ambiente: muitas barraquinhas a vender camisolas e cachecois, comes e bebes, embora desta vez o tradicional coirato e a fabulosa mini tenham sido substituidos pelo cachorro quente e o litro de cerveja quente. A diferença é mesmo o número de polícias presentes e pessoas a vestirem a camisola dos clubes, no sentido literal da palavra, que são muitas mais.
Depois lá nos dirigimos ao nosso lugar para ver o jogo, em que o Man Utd defrontava o Portsmouth. Ao ínicio, o estádio não impressiona tanto como a Luz, embora leve mais gente (ainda me lembro da primeiro vez que pisei o antigo Estádio da Luz, que sensação!). Ao meu lado o tipo adepto inglês: grande, careca e de pele rosada. Vestia uma camisola do clube (claro!) e empunhava um cachecol encarnado. Berrou o jogo todo, e até deu murros da parede quando as coisas não correram como ele queria, apesar dos gritos e tácticas que ele mandou para o campo. Esses murros assustaram-me umas quantas vezes, confesso... O jogo foi um pouco aborrecido, não foi muito empolgante, mas suficiente para a equipa da casa vencer por 2-0. Confesso que esperava mais reacção do píblico em geral: ao ínicio os cânticos fizeram-se ouvir por todo o estádio, mas depressa se esmoreceram. Estarão demasiado habituados a ganhar?

Bom, o jogo acabou e lá voltamos ao centro da cidade, prontos para as poucas horas de sono que se seguiam. Estava tudo a correr como planeado não fosse o hotel ser ao lado de uma discoteca onde, aparentemente, fãs do Manchester gritaram a noite toda, cantando canções ao seu clube, provávelmente alimentados pelo álcool. Para mal dos nossos pecados, o que não cantaram no estádio, cantaram ali...