Eu nunca tinha visto, embora já tivesse ouvido falar ou lido nos já extintos jornais gratuitos da tarde. Ontem quando saí do emprego e me dirigi a estação do metro, lá estava ele. Um homem de trinta e alguns anos, bem vestido, fato e gravata, sobretudo e barba feita. Empunhava um cartaz, como tantas outras pessoas o fazem nas ruas de Londres, ora para publicitar lojas e restaurantes ou para angariar dinheiro para uma caridade. Mas este era diferente. Como já disse, já tinha ouvido ou lido sobre estes cartazes, mas sempre com a sensação (ou esperança) de ser mito urbano. O cartaz dizia em letras garrafais "Procuro emprego" e continuava descrevendo as suas capacidades e qualidades profissionais, entre várias línguas faladas e experiência em várias áreas a sua capacidade de trabalhar em grupo.
Um acto de protesto ou desespero? Não sei qual a sua motivação. Mas a crise (seja lá o que isso for) está em todo o lado.