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domingo, 23 de novembro de 2008

Cake...in a mug?

Desde que há uns tempos recebi um mail a explicar como fazer um bolo de chocolate em poucos minutos que andava com vontade de experimentar. O mail vem com quantidades precisas, instruções e fotos de todos os passos da receita. Basicamente involve farinha, açúcar, ovo, chocolate em pó e leite. Mistura-se tudo numa caneca com uma colher de óleo e depois, 3 minutos no microondas na potência máxima.

O resultado final foi este:

A confecção do bolo foi um fartote de riso, e acho que toda a experiência valeu por isso. Porque o bolo, não diria que estava intragável, mas é assim mais parecido com uma esponja com sabor a chocolate do que um bolo de chocolare. Ideal quando descobrimos que o colega do lado faz anos e nós não comprámos bolo. Se o escritório tiver microondas, é só por uma vela e já está.

Portobello

Finalmente as temperaturas começaram a estar mais de acordo com a época. Não que fique especialmente contente por isso, mas deixa-me um pouco mais descansada no que diz respeito a problemas de aquecimento global e assim. Por outro lado, também já temos de ligar o aquecimento e encher o saco de água quente para nos aquecer, o que às vezes causa algum transtorno, como diria o outro.

Esta manhã quando acordamos para dar comida à Foggy, espreitámos pela janela e deparámo-nos com um manto branco de neve nos telhados. Infelizmente estava com demasiado sono para tirar uma foto, e quando acordei a chuva que entretanto tinha caído já tinha derretido tudo. Prometo que para a próxima vou tentar ser mais rápida a sacar da máquina fotográfica.

Apesar da descida das temperaturas este fim de semana, não deixámos de sair. Ontem fomos até Notting Hill, mais própriamente até Portobello Road. A nossa missão: comprar um presente de Natal. O frio que se fazia sentir não fez diminuir o habitual número de turistas na zona. Portobello Market é uma das maiores atracções turisticas de Londres. Aos sábados Portobello Road enche-se de bancas de velharias, frutas e vegetais frescos, comida, roupa, souvenirs. Não é própriamente o mercado mais barato de Londres, mas consegue-se encontrar coisas interessantes.

Notting Hill é uma zona 'bem', das mais caras para viver no centro de Londres. Mas as casas pintadas de cor pastel são tão deliciosas que sempre que lá vou fico com vontade de me mudar, mesmo com a forte probabilidade de não conseguir dormir aos sábados devido à confusão dos turistas e do mercado.

Como ainda não vos tinha falado deste mercado, tirei algumas fotos com o telemóvel, para vos mostrar as minhas partes favoritas.


As já referidas casas pintadas de tom pastel:

A loja d'Alice, pintada de vermelho vivo e sempre rodeada de gente a posar para fotos ou simplesmente a remexer nas bancas à procura de algum produto interessante.


A caminho de Portobello Road, a original montra de uma pastelaria (nem imaginam como que foi dificil tirar esta foto, com tantos italianos a posar para fotos).

No final, a nossa missão não foi cumprida, pois não conseguimos encontrar o tal presente. No entanto ficou mais um passeio agradável, e muitos encontrões para passar entre a multidão. Pelo menos deu para aquecer um pouquinho. Ah, e também não vimos o Hugh Grant nem a Julia Roberts.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

I'm dreaming of a white Christmas...

No fim de semana passado fomos ver as luzes de Natal da zona mais comercial de Londres: Oxford Street, Regent Street e Piccadilly Circus.
Com tanto zumzum acerca da crise económica, não foi uma surpresa assim tão grande constatar que este ano os arranjos luminosos estão realmente mais pobres.

Eu gosto muito da época natalícia em Londres: apesar do número impossível de imaginar de pessoas às compras, sente-se no ar um cheirinho a Natal, que o frio ajuda a caracterizar. As montras enchem-se de tons vermelhos e dourados, comem-se mince pies a acompanhar o café latte, as árvores de natal surgem a todas as esquinas. Tudo isto no faz sentir um pouco natalícios, ou talvez seja só da música ambiente nas lojas...


Aqui ficam algumas fotos dos arranjos natalícios deste ano.


Carnaby Street


Regent Street / Piccadilly Circus

Regent Street

Hamleys, famosa loja de brinquedos em Regent Street:

Oxford Street

Oxford Street - John Lewis

Oxford Street - Debenhams

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Crossing the bridges in the land of the forgotten

Sábado foi dia de concerto. Punk-rock! E foi óptimo, especialmente por ter sido cidade-mãe do movimento punk. Mais uma vez, no mítico Astoria (que será demolido no final do ano, mas sobre isso 'postarei' mais tarde), apinhado como poucas vezes o vi, para ver Rancid, com GBH a abrir. Muitas cristas, blusões com picos, cabelos de diferentes cores, calças justinhas e/ou aos quadrados. Tudo como esperado. A actuação foi o que se previa: um espectáculo muito bom, sem nunca parar, a deixar o público em êxtase. E claro com algumas tiradas contra o sistema (especialmente contra a lei que proibe fumar dentro de salas de espectáculos e afins), ou não seria este um concerto punk-rock. Fez-me pensar a certa altura, que mesmo se os Rancid fossem a Portugal, não iria passar por uma experiência assim: um concerto punk rock em Londres é como ver um jogo da NBA nos EUA. Fora do seu local de origem, perde alguma piada.

E porque os punks, por muito anárquicos e contra o sistema que sejam, já não passam sem o telemóvel ou máquina fotográfica, aqui fica o video da música Rejected, ao vivo no passado sábado no Astoria (infelizmente não se consegue ver a agitação do publico):

terça-feira, 11 de novembro de 2008

I want to ride my bicycle

Em Roma, sê romano.
In London, be a Londoner.
Em Londres, como um muitas outras cidades da Europa que não são famosas pelas suas 7 colinas, é muito comum ver ciclistas. A caminho do trabalho, às compras, ou simplesmente a apreciar o passeio. Mesmo quando chove (e por estas bandas até chove algumas vezes) é vê-los a pedalar vigorosamente para tentarem ser mais rápidos que a própria chuva. Pensar em pedalar para o trabalho, tentar chegar cedo para conseguir lugar na garagem, tomar um duche e sentar na secretária com uma taça de porridge, é algo que nem passa pela cabeça da maioria dos portugueses.
Dizem que após alguns anos a viver num país estrangeiro se começa a assimilar os seus hábitos e costumes. Ora eu ainda não cheguei ao chá com leite nem a jantar às 6 da tarde, mas a verdade é que já tenho uma bicicleta:



Pois é, uma bicicleta linda, com cestinho como não poderia deixar de ser, que me foi carinhosamente oferecida no meu aniversário (obrigada!). Após alguns passeios percebi que afinal ainda me lembro como se anda de bicleta (eu sei, eu sei que nunca se esquece, mas vá lá dizer isso ao meu inconsciente).

Mas por enquanto ir para o emprego neste modo de transporte está fora de questão. Ainda não me considero apta a tamanha façanha. Quem sabe um dia! Por enquanto, as minhas aventuras limitam-se a pedalar até ao parque e dar umas voltas por lá. Perto de nossa casa há um parque grande, com muitos caminhos por onde correr e andar de bicleta, campos para jogar futebol e ténis e um lago grande com patos, e esquilos que vêm comer às nossas mãos. Também há uma zona com cabras e coelhos, e veados. Ao fim de semana, e especialmente se o tempo o deixar, fazem-se muitos piqueniques, e familias inteiras vão andar de bicicleta ou de patins. E é para aí que vou, pedalando pela estrada, munida de capacete e luzes reflectoras (segurança é muito importante), e sempre com a sensação que vou pelo lado contrário ao trânsito.

Se um dia vou ter coragem suficiente para pedalar para o centro da cidade, onde os autocarros e os black cabs governam, é um incógnita. Por enquanto prefiro disfrutar dos prazeres do nosso parque. Mas fica aqui a promessa que assim que isso acontecer, farei um post sobre isso.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Remember, remember the Fifth of November...

E agora, um pouco de História:

Em 1605, deu-se a Gunpowder Conspiracy, uma conspiração por parte de um grupo inglês católico, que tinha por objectivo assassinar o rei James I. Guy Fawkes fazia parte deste grupo, mas logrou os planos ao ser apanhado enquanto guardava a pólvora necessária para a execução do plano, que consistia básicamente em fazer explodir o Palácio de Westminster, onde se encontra o tão famoso Big Ben.


E porque é que vos estou a contar isto, perguntam vocês? Porque é interessante, ora essa. E porque queria-vos falar da Bonfire Night, que se celebra todos os anos a 5 de Novembro, para comemorar o acontecimento acima descrito. Todos os anos nesta altura, os britânicos (e não só, visto também ser comemorado em alguns outros países da Common Wealth) comemoram o Guy Fawkes.

Inicialmente obrigatórias por decreto real, as celebrações consistem em fogueiras onde se queimam bonecos que representavam Fawkes. Muitas crianças pedem 'penny for the guy' de modo a patrocinar as fogueiras onde se queima o Guy. No entanto, parece-me que hoje em dia as fogueiras já não são tão usuais quanto isso, e como tudo evolui nesta vida, as comemorações modernas são fundamentalmente à base de foguetes e fogo de artíficio, lançados por quem queira celebrar o Guy Fawkes. Ou seja, na semana do 5 de Novembro, ouvem-se foguetes pela noite fora. Isto foi algo que me intrigou há 2 anos atrás, altura em que passei uma semana em Londres antes de me mudar definitavemente. Não sabia nada do Guy Fawkes e tanto barulho intrigou-me. Nada que não resolvesse com uma busca no Google.


Não sei se viram o filme 'V de Vingança', mas a acção decorre à volta destas celebrações.


Há uns tempos num forúm online vi uma discussão sobre este assunto, em que alguns portugueses achavam uma barbaridade típica dos ingleses queimar bonecos em fogueiras. Não achei nada de chocante, talvez por achar isto tudo um pouco familiar, fazendo-me recordar a queima do Judas nas sexta-feiras santas e o Pão por Deus no dia de Todos os Santos. Embora pense que já não se queime o Judas na Páscoa, lembro-me de ser uma prática recorrente na minha pequena vila à beira mar plantada, quando era pequena, e de ver o pobre do boneco a arder e pessoas a darem-lhe com paus para arder mais depressa, julgo eu. Talvez seja chocante na essência da coisa, mas não nos devemos chocar com os ingleses por fazerem tal coisa, visto nós próprios fazermos o mesmo, apenas com alvos diferentes. Mais uma vez, não somos assim tão diferentes como pensamos.

domingo, 2 de novembro de 2008

Gente da minha terra...



Lembro-me de quando era pequena pensarmos em Fado como algo que não era nada 'fixe', como algo que usávamos para descrever alguém a quem faltava o factor 'cool'. "Ah e tal é um cromo deve ouvir fado!" e coisas do género.


Eu cresci a ouvir fado. O meu pai ouve muito e canta muito também. Canta em casa, embora eu sempre achasse que ele tinha uma boa voz para se aventurar mais em noites de fado e assim. Eu nunca liguei muito ao Fado, mas hoje reconheço muitos fados graças ao meu pai e a sua mania de nos acordar aos sábados de manhã com os seus discos a tocar. Lembro-me de muitos fados que ele ainda canta, todos tristes e com histórias terríveis que me faziam arrepiar entre os lençois da cama quando o ouvia cantar aos sábados de manhã. Histórias de crianças envenenadas com bolos destinados aos cães dos vizinhos, pais de familia que roubavam para alimentar a familia mas que estavam arrependidos, pais que morriam na guerra ao imaginar as filhas a dizer 'papá'. Enfim, um rol infindável de histórias tristes que sacavam lágrimas ao mais forte lá do bairro.


Cresci sempre de costas voltadas ao Fado, pois não era 'fixe' e os posters da Amália não ficavam nada bem nas paredes do meu quarto.

Até que descobri a Mariza, que me fez re-descobrir o Fado. Vá, podem dizer à vontade que não sou 'fixe', mas já vai bem longe o tempo em que me importava com isso.


Ontem fui ver Mariza ao vivo ao Barbican Centre. Claro que encontrámos muitos portugueses por lá, mas também muitos ingleses em um de dois concertos esgotadíssimos em Londres. Mariza tem uma excelente presença em palco, interage com o público e com os músicos lindamente e ainda conseguiu ensinar os ingleses a dizer ''Guitarrada''. Confesso que tinha algumas dúvidas sobre a voz dela, era um pouco céptica em relação à sua voz ao vivo, mas confesso que engoli todas as dúvidas, Mariza tem de facto uma voz magnifica. Tão magnifica que calou o Barbican Centre ao cantar uma música sem microfone. Impressionante.

O Fado não tem de ser triste, e exemplo disso foi o final do concerto, em que Mariza colocou a audiência de pé a cantar e a dançar 'Rosa Branca'. Muito bom. O Fado não é só sobre saudade, sobre mágoas e tristezas. O Fado também pode ser feliz e fazer-nos felizes.


A ideia de que 'Portuguese do it better' pode bem não ser sempre verdade, mas muitas vezes é. Só é pena nós, os portugueses, não nos apercebermos disso na maioria das vezes.


Mariza, a primeira portuguesa a cantar no David Letterman's Show:



Se isto não vos deixa orgulhosos, não sei o que deixará.

sábado, 1 de novembro de 2008

This is Halloween


O último dia do mês de Outubro é motivo de festejo em muitos países. É Halloween. Em Portugal, o que me lembro de festejar é o facto de ser feriado no dia a seguir. Lembro-me quando era pequena de ir pedir ''Pão por Deus'' à praça, e voltar com nozes, amêndoas e castanhas no saco. Ocasionalmente uns figos, mas eu tentava esquivar-me aos figos, nunca os apreciei muito. Era assim um espécie de "Trick or Treat" à portuguesa, uma versão mais saudável.

Bom, o Halloween é tipicamente americano, mas qual Starbucks, está a estender os seus tentáculos pelo mundo fora. Penso que esses tentáculos já chegaram cá à algum tempo, de modo que já se torna uma coisa mais ou menos normal por estas bandas. Daí alguns supermercados colocarem na entrada avisos a dizer que não vendem ovos e farinha a crianças nesta altura do ano. Excelente, se algumas crianças ainda não se tinham lembrado de fabricar uma mistela deste calibre para atirar a quem passa, depois de verem tal anúncio a primeira coisa que vão fazer é correr aos armários da cozinha, e caso as mamãs estejam com um stock de ovos e farinhas em baixo podem sempre ir a um dos muitos supermercados que ainda não embarcaram nestas pseudo-protecções.

Quinta-feira é o dia preferido para as empresas festejarem coisas por cá. A minha agência não foi excepção. Quinta-feira tivemos competição de esculpir abóboras, e tenho a dizer que fiquei impressionada com os resultados. Só veio reforçar a ideia da creatividade que há por lá. À noite foi o baile de Halloween. Infelizmente não consegui comparecer (à hora que saí do emprego já muitos estavam a sair do baile) mas consegui ver muitas máscaras interessante. Desde o gangue da Laranja Mecânica a 227530 Jokers, passando por uns quantos vampiros e gatas sexy.

Ontem quando saí do trabalho deparei-me com um cenário surreal de vampiros a apanhar o autocarro e mortos vivos a conduzir automóveis. Parecia que tinha acordado num filme de terror.

Depois de três fins de semana de muita agitação e divertimento, este fim de semana só quero descansar e estar no meu cantinho sossegada. Por isso o nosso plano de Halloween ontem foi muito simples, mas do melhor. Involveu o sofá, um balde de pipocas, e a edição especial do 'Nightmare Before Christmas' do Tim Burton. Genial!


Idle

As minhas sinceras desculpas pela falta de actualização do blog. As últimas semanas foram uma correria: muito trabalho, muitas visitas boas, algumas mudanças em casa, e uma ida até Portugal, durante a qual fiquei um ano mais velha.
O tempo passou rápidamente de muito agradável a muito frio - em duas semanas passámos de andar de manga curta a tirar os casacos de Inverno do armário à pressa para nos aquecermos. Só posso agradecer ter estado em Portugal quando nevou por cá. Já não nevava em Londres em Outubro à quase 80 anos por isso acho que perdi qualquer coisa histórica. De qualquer forma, preferi estar em Portugal com sol e um clima mais ameno.
Aqui ficam algumas fotos das mini férias tugas:




Bom, estou de volta!