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terça-feira, 24 de junho de 2008

Gorilla Ad

À uns tempos, estava eu a ver um canal de TV inglês, quando surgiu algo no écran tão diferente do habitual que não consegui discernir logo de imediato se seria um anúncio ou um programa. O som era de uma música qualquer lamechas do Phil Collins (pronto, eu sei que são todas lamechas) e na imagem estava um grande plano do rosto de um gorila, em frente a um fundo azul/roxo. O gorila parecia estar a apreciar a música, quase que a "senti-la", e quando a parte mais acelerada da canção começou, o meu amigo gorila desatou a tocar bateria como gente grande. Foram 90 segundos disto, em que a única menção à marca anunciada se resumiu a um packshot de 5 segundos no final. Quando vi isto pela primeira vez, pensei "mas que raio?!". Infelizmente estava sozinha, não podendo confirmar com ninguém se tinha visto ou sonhado com tal coisa. Mas, no dia seguinte, toda a gente falava disso no emprego. Em breve se tornou um exemplo em todas as malfadadas reuniões a que vou, e os resultados para a marca anunciada foram fantásticos. Era um anúncio, portanto. Um anuncio que deita por terra (quase) todas as regras da publicidade, mas será que não estará a contribuir para o objectivo final de qualquer anúncio, que é fazer comprar? Os críticos são muitos, como em tudo o que é diferente, os defensores também são bastantes, como também seria de prever. O que é certo, é que o anúncio do gorila (como ficou conhecido) esteve, e ainda está, na boca do mundo, publicitário e não só.
Este fim de semana a agência publicitária que criou o anúncio (Fallon UK) arrecadou o Grand Prix no conceituado festival de Cannes por esta peça.

Alguém adivinha qual é o anunciante?

Pois vejam:


Depois do sucesso do Gorila a mesma agência criou a sequela: Trucks. Pessoalmente, prefiro a banda sonora da sequela. Mas embora conte com uma produção mais elaborada acho que não está à altura da primeira peça. Em grande parte por falta do elemento surpresa: quando vi a sequela pela primeira vez não fiquei a achar que estava tudo doido.

Aqui fica também a sequela: