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domingo, 6 de julho de 2008

Baile Átha Cliath

Remeniscencias do referendo ao tratado de Lisboa


Estando aqui tão perto de Dublin, seria impensável não aproveitar essa proximidade e ir visitar a capiral da Irlanda enquanto cá estamos. Foi o que fizemos o fim de semana passado: apanhámos o avião cedinho (!)sábado e voltamos no domingo à noitinha.
Dublin é uma cidade bonita, não muito grande e sem a austeridade de uma capital europeia tipo Londres. O tempo é completamente desvairado, diria até que mais imprevisivel que por cá: no domingo a manhã intercalou com abertas de sol radiante e chuvas torrenciais.

Chegámos sábado de manhã, e como ainda era muito cedo tomámos um pequeno almoço que nos custou os olhos da cara (como quase tudo em Dublin) e de mochila às costas lá rumámos à Meca dublinense: Guinness Storehouse. Foi uma agradável surpresa, acabando até por ser interessante ver como tudo se processava. No final podemos trocar os nossos bilhetes por uma pint da "black stuff", mas confesso que beber uma Guinness antes do almoço não é o meu tipo de coisa, pelo que infelizmente nem cheguei a meio do meu copo.


No regresso ao centro da cidade, passamos de autocarro pelo Phoenix Park , que é o maior parque da Europa, onde se encontram entre outras coisas o Dublin Zoo e a residência da presidente da república. Retive na memória uma imagem: numa das janelas da residência vislumbra-se uma luz, de uma vela que permanece acesa para iluminar a alma de todos os irlandeses. Bonito, não?

Depois de um belo almoço, lá fomos então fazer o check in no hotel, hotel esse que parecia tanto um quadro de Dali dadas as cores e as formas do mobiliário, que às tantas pensei que eu própria fosse derreter e escorregar cama abaixo qual relógio daliesco. Depois de tudo tratado, fomos dar um passeio a Temple Bar e Grafton Street.


Ainda tentamos visitar os aposentos do Dublin Castle, mas já não faziam visitar naquele dia. Mas tirámos bastantes fotos do exterior do castelo de onde os ingleses governaram durante imenso tempo a Irlanda.


Quem é fã de U2 e vai a Dublin não pode deixar de esperar ver qualquer coisinha relativa ao grupo irlandês, e como fã que sou, não pode deixar de rejubilar quando avistei o famoso trabant usado na Zoo TV tour:


Fomos jantar a Temple Bar, e como não podia deixar de ser comi um belo fish and chips, e de seguida fomos dar uma volta pelos pubs e pela zona em si. É íncrivel o número de despedidas de solteira/o, especialmente de ingleses que ali se deslocam para isso mesmo. Despedidas de solteiro essas que geralmente têm o seu próprio tema, tendo que destacar aqui a "despedida de solteiro Top Gun", em que cada um dos intervenientes trazia vestido uma t-shirt alusiva ao filme, cada um com o nome de um dos personagens atrás, e óbviamente de óculos escuros. Mas eu não vi o Iceman - provávelmente terá ficado para trás num pub qualquer.
Em Temple Bar há imensa animação de rua, e deliciei-me com a prestação de uma banda irlandesa ao vivo numa das ruas. Juro que os CDs que tinham à venda desapareceram num àpice! Fiz um pequeno video, espero que gostem:

No domingo, após o check out do hotel Dalí, lá metemos as mochilas às costas e nos dirigimos a Kilmainham Gaol, uma prisão victoriana que teve um papel importantíssimo na História da Irlanda, dado que muitos os líderes rebeldes que lutaram pela independência do seu país estiveram lá presos, sendo que muitos deles foram lá executados. Após muitos anos de abandono, a prisão abriu como um museu para contar a sua história. Para quem vi o filme "Em Nome do Pai", foi lá que filmaram as cenas na prisão. Foi uma visita algo mais séria, mas no entanto muito interessante.


Por esta altura tinha parado de chover, por isso aproveitamos para passear junto ao rio Liffey, e ir visitar a Christ Church Cathedral e dar um passeio em St Stephens Green. Almoçamos num sitio fantástico, uma antiga igreja transformada em pub/restaurante/discoteca, onde acabamos a saborear um belo churrasco na esplanada montada no pátio da igreja, onde consegui finalmente sentar-me e sacar dos óculos escuros enquanto os meus pobre ombros descansavam do peso da mochila.


À hora de jantar lá fomos para o aeroporto, onde acabamos por ver a final do Euro 2008 (Viva a Espanha!), chegando a casa a horas impróprias.
No final, fiquei com boa impressão de Dublin, embora às vezes fosse dificil acreditar que era a capital de um país que tem tido o sucesso que tem tido em termos económicos. Mas talvez isso seja parte do seu encanto!