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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Blister in the Sun

No domingo fomos até Hyde Park, já estava algum calor embora por vezes algumas nuvens toldassem o céu londrino.

Hyde Park fica no centro da cidade, numa das extremidades de Oxford Street, o que já por si indica grande afluência de londrinos em dias de calor. Tirei uma foto com o meu telemóvel, mas não faz justica à realidade, infelizmente.



No domingo havia de tudo no parque: os londrinos (e não só) aderiram em força ao bom tempo e decidiram aproveitá-lo ao maximo, talvez por não terem a certeza até quando o tempo se vai aguentar assim. Hyde Park, em dias de calor, é um aglomerado de gente a fazer jogging, casais de namorados a passear de mãos dadas, piqueniques de amigos, jogos de futebol (a maioria com sotaque brasileiro) e basebol, frisbees, cães a brincar, bicicletas, patins em linha... na Serpentine várias gaivotas e pequenos barcos a remos fazem as delícias de todos. Na relva pequenos malmequeres intercalam com grupos de amigos sentados no chão ou cadeiras para nos encostarmos a apanhar sol. Muitas familias com crianças, geralmente equipadas com o equipamento da sua equipa de futebol preferida, correm e brincam. Os pássaros voam baixinho e cantam alegres, talvez por verem tantos bebés recém nascidos a apanharem os primeiros raios de sol da sua vida. Mais ao fundo vemos pessoas a andar a cavalo, e alguém tira uma foto não muito longe do sítio onde estamos. Quantas fotos serão tiradas por minuto em dias como este em Hyde Park?

Muitos rádios tocam música (mas de modo a não incomodar), muitos chinelos de enfiar no dedo, muitas garrafas de vinho bebidas por grupos cumplíces sentados na relva ao pôr do sol, enquanto riem e tentam absorver o sol como se não houvesse outro dia como este tão cedo.

Ao longe, o barulho dos carros a passar quase se assemelha ao bater de ondas no mar, e se fecharmos os olhos por uns momentos deixamo-nos enganar e quase pensamos estar numa praia com um longo areal e águas límpidas, longe da cidade atribulada que é Londres.

É nesta altura que penso, será que quem não tem o prazer do sol com tanta frequência é quem o sabe apreciar melhor?