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sábado, 30 de junho de 2012

Amadeus, Amadeus

Quando se está grávida há mil e uma coisas que nos tentam impingir como sendo melhor para o nosso bebé. Não comas isto, come aquilo, Compra isto, compra aquilo. Faz assim, não faças assado. Às vezes torna-se muito dificil mesmo perceber o que é verdade e o que não é...e pode se tornar tão fácil de começar a desesperar perante tanta informação! Às vezes não sei como as nossas mães faziam...isto cheira-me quase tudo a modernices que antigamente ninguém ligava a mínima.

Enfim, uma das teorias que me apresentaram foi o chamado Mozart Effect nos bebés. Segundo esta teoria, as crianças expostas à música de Mozart podem desenvolver um aumento de inteligência a curto prazo imediatamente após a exposição à música - vá tudo a por Mozar nos iPods dos filhotes antes dos testes para melhorar as médias!

Conheci uma mãe recentemente que me jurou que ouvir Mozart ajuda os bebés ainda no útero a desenvolverem-se melhor, e que teve  dois filhos ao som de música clássica. Ok eu sou uma céptica confesso. Mas porque é que o meu filho se há-de dar melhor ao ouvir Mozart do que outra coisa qualquer? Seria Mozart um génio assim tão grande que descobriu o o segredo para um ADN mais apuradinho e melhor organizadinho se deve a uma conjugação especial de notas e de instrumentos? Que me perdoem os fãs, mas não me parece. No outro dia li na net sobre uma mãe que teve o seu filho ao som de Tool. Já alguém fez um estudo sobre o impacto da música de Tool no desenvolvimento dos bebés? Não me parece.

Mas eu sou uma pessoa que gosta de dar opções ao meu bebé - por isso decidi adicionar à minha vasta lista de músicas no telemóvel uns quantos albúms de música clássica.
Comecei por Mozart para Bebés, e foi uma tortura. Mozart tocado em instrumentos estridentes em tons tão agudos que acho que alguns deles só os cães dos vizinhos conseguem ouvir. Poderá ser últil nas longas noites que temos pela frente em que ele não vai querer dormir, mas por agora não durou mais que uns poucos minutos a tocar. Tentei Beethoven e confesso que adormeci passado 10 minutos no sofá. Tentei ainda um albúm com várias músicas clássicas em piano e meh....não me aqueceu nem arrefeceu.

Até que consegui deitar as mãos a uns quantos albuns de Mozart tocados como deve ser, sem instrumentos tipo caixa de música da Chicco. O senhor era realmente genial. Pode não ter descoberto o segredo genético da perfeição...mas esteve perto de descobrir o segredo da música. Acho que da música clássica deve ter descoberto - mas quem sou eu para dizer isso? As minhas preferências músicais são um pouco diferentes.

Por isso agora, entre Metallica e Nirvana, lá está o meu amigo Mozart à espera de ser tocado no meu telemóvel. E ao sábado de manhã, é isso mesmo que eu e o feijãozinho fazemos - ouvimos Mozart e relaxamos juntos. E acho que ele gosta.

Quanto aos mais "conservadores" que acham que deviamos expô-lo mais a punk rock e afins, não puxem os cabelos em desespero - porque a julgar pelas músicas que tenho ouvido durante a semana ele já vai nascer de crista.