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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Welcome to the Jungle

Não sei se é por todo o londrino estar sempre a caminho de algum sítio, portanto cansado de andar de um lado para o outro, mas andar de metro na hora de ponta é uma experiência única.
Não estou a debater o facto de caber sempre mais uma pessoa em qualquer carruagem, mesmo que isso implique empurrar para dentro quem já está no limiar do dentro e fora do comboio, ou dos olhares de esguelha quando cometemos o sacrilégio que é parar no lado esquerdo da escada rolante.
Falo da disputa entre dois pacíficos mortais sobre o único banco vazio na carruagem. Eu já vi de tudo, desde homens de fato e gravata e estudantes, a senhoras carregadas de sacos de compras e reformados que sabe-se lá porquê vieram dar o seu passeiozinho à hora de ponta.
A carruagem transforma-se num ringue, o prémio um banco forrado a alcatifa coçada. Primeiro olham o lugar, depois olham nos olhos um do outro. Após uns momentos de hesitação, é vê-los acelerar o passo até ao cobiçado pedaço de descanso, pisando quem estiver no caminho e passando qualquer obstáculo. Que ganhe o mais veloz! Ou o que estiver mais perto.
Depois é ver o vencedor respirar de alivio, sacar do seu tablet ou smartphone para não ter de olhar nos olhos de quem perdeu.
O perdedor esse agarra-se a qualquer coisa e olha para nós como se dissesse "já viu esta pouca vergonha? A roubar o lugar a um homem de negócios/estudante/trabalhador/mulher/ reformado (riscar o que não interessa).

E é assim a vida no metro.