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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

All I Want for Xmas is You

Portugal no Natal tem outro cheiro. Cheira a mar, a família, a bacalhau com grão. Cheira a presentes por embrulhar, a filas para comprar presentes em vésperas de Natal. O Natal em Portugal não tem neve, mas tem Sol, e bem vistas as coisas acho que prefiro este Natal ao Natal dos filmes, de chaminés cobertas pelo famoso manto branco que hollywood nos ensina a associar com a época, mesmo num pais onde na maior parte do território raramente neva. Ao crescer somos tão convencidos que o Natal só é Natal com neve que damos por nós a comprar neve falsa para as janelas e a por bolinhas de algodão no pinheiro para que o nosso Natal fique mais como nos filmes.
O Natal português é com sol (quando não chove), é bacalhau com grau na véspera, cabrito no dia. É abrir os presentes à meia noite, é comer sonhos e farófias e ter um bolo rei na mesa só porque sim, mesmo que ninguém goste de bolo rei. Especialmente agora que nem sequer sai brinde ou a fava. É ver o Cântico de Natal na TV todo o santo ano, é sair no dia 25 e exibir os presentes novos. É voltar a fazer fila nas lojas no dia 26 para se trocarem os presentes que não servem, não funcionam, ou não se gosta. É comer Ferrero Rocher e receber umas meiazinhas porque fazem sempre falta.
Mas acima de tudo é estar com a família e partilhar momentos, sorrisos, lembranças. É esperar até à meia noite para ver o sorriso do outro quando lhe damos o nosso presente. É ser feliz e esquecer as coisas menos boas. É poder estar com quem se ama e com quem não se pode estar sempre, e recordar os que já foram e já não podem estar.

Feliz Natal (atrasado!)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Green Wine

Já aqui falei de músicas que me marcaram quando eu era pequena. Já falei dos discos de vinil do meu pai que eu ouvia também, tantas vezes por não ter mais nada para ouvir - lembrem-se que isto foi (muito) antes do advento do Napster, YouTube e iTunes. Descobri grandes pérolas, algumas tão refinadas que nem no YouTube as consigo encontrar (se alguém souber de um link para o hit da Tonicha sobre batatas fritas deixem comentário!). Mas uma das maiores pérolas para mim foi este single do Paulo Alexandre (quem é esse parece que vos oiço perguntar), sobre a vida de um emigrante que numa noite de muito frio entra numa taberna sabe-se lá onde, e embarca numa viagem nostálgica à sua vila em Braga ou Monção, onde deixou tudo: a noiva, a mãe, a casa, o pai e até o pobre do cão.

Eu não sei se foi uma premonição qualquer de futura emigrante, mas a sacana da música entranhou-se em mim de tal forma que me levou a ouvir o malvado do vinil vezes sem conta, a escrever a letra num caderninha com a minha letra de escola primária. Aquela capa do disco com umas uvas verdes desenhadas num fundo branco até ficou com as pontas arrebitadas de tanto uso.

As coisas que nos afectam quando somos pequenos!

Enfim, hoje, passados uns valentes anos e a viver fora do meu país, dei por mim a cantarolar esta música. Não tendo vindo de Braga ou Monção, às vezes também me lembro da minha "aldeia branca atrás do mar". Que querem, sou humana! Por isso (e por curiosidade meus amigos!) fiz uma pesquisa no YouTube e lá estava o Paulo Alexandre e o seu verde vinho.

E o sr. Paulo Alexandre tinha um grande estilo, ah pois tinha.
E o video é uma pérola por si só.
A minha parte favorita é quando, no refrão que fala de brindar com vinho verde, se brinda com....vinho tinto.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Day Twenty Nine: Black and White

Faz quase dois anos que fiz esta viagem, com duas das minhas pessoas favoritas. Boa comida, muita gargalhada e spa...que mais se pode pedir? E no meu país preferido, acima de tudo. O tempo passa a voar e nós nem damos por isso.

Curia

domingo, 11 de dezembro de 2011

Day Twenty-Eight: Flowers

Em Inglaterra é tão importante encontrar uma casa para viver como organizar uma festa de apresentação da nova casa para os amigos. Marca-se uma data, reza-se para que não chova (muito) e diz-se aos amigos para aparecerem a partir de uma certa hora. Se os amigos forem ingleses, então podem contar com cartões coloridos com mensagens como "Parabéns pela casa nova" escritas a letras brilhantes, e se tiverem mesmo sorte (ou se forem amigas e não amigos) podem até ter uma mensagem personalizada escrita à mão.
Outra coisa muito popular quando se é convidado para ir a casa de alguém são as flores. No dia da nossa festa recebemos algumas, entre elas um enorme ramo de rosas amarelas que fizeram as minha delícias. Também recebemos um vaso com uma linda orquídea, plantas delicadas por natureza. Ora eu não sou muito boa com plantas - isso é um dom que ou se tem ou não se tem, e eu parece que nasci sem a capacidade de manter plantas vivas por muito tempo. Ao contrário dos meus pais que têm esse talento - as plantas deles crescem sempre com cores saudáveis e parecem nem precisar que alguém lhes regue ou lhe adube - eu consegui até matar um cacto. Por isso ao ver a orquídea temi pela vida dela.

Eu nunca sei quando regar plantas.
"Mete o dedo na terra e se estiver seca é porque precisa de água", diziam-me.
Pois e se eu fizer isso mas não tiver bem a certeza que está seca? Quão seca é preciso estar? Húmida é mais seco ou mais molhado? E o sol? Quando é muito quando é pouco?

Enfim, a nossa orquídea lá ficou em cima de uma estante por umas semanas. Cheguei a olhar para a terra, a sentir o dilema do que é seco do que é humido. Cheguei a por alguma água não porque tivesse chegado a alguma conclusão mas porque achei que já era altura da pobre planta ser regada. E ela lá se aguentou por um mês e pouco. Um recorde no que a mim diz respeito.

Até que as folhas começaram a secar e a cair. Fiquei triste mais uma vez, e incapaz de perceber mais uma vez o que tinha corrido mal. Teimosa, deixei o caule torto no vaso por uns tempos. Um caule triste, sózinho e abandonado num pequeno vaso branco em cima da nossa prateleira dos DVDs.

Até que há umas semanas, olhei para o vaso e vi que uma nova flor tinha desabrochado. Uma flor cor de rosa, aberta e feliz. Sem eu ter feito nada. Talvez tenha sido esse o segredo. A minha orquídea renasceu das cinzas, milagre!

E agora ali está, a lembrar-me que quando menos esperamos as flores desabrocham e voltam a viver. Podem usar isto como uma metáfora para as coisas más da vida se quiserem, estão à vontade. Já há tantas metáforas lamechas por esse mundo fora que mais uma menos uma não faz mal a ninguém. (agora de repente lembrei-me daquela falsa citação de Fernando Pessoa que involve pedras e castelos e que volta e meia aparece aí no facebook e assim e tive um arrepio).

domingo, 4 de dezembro de 2011

Jingle Bells

É oficialmente Natal cá em casa! Hoje pela primeira vez comprámos uma árvore verdadeira para a nossa casa. Que saudades do cheirinho a pinheiro! Acho que este aroma me fez visitar os Natais passados, qual Uncle Scrooge dos tempos modernos (e sem a parte milionária e forreta). Comprámos enfeites e luzinhas, carregámos o pinheiro (abeto) para casa e juntos enfeitámos a nossa árvore. Adeus árvorezita pequena que fazíamos em 2 minutos. Que punhamos e tirávamos da caixa num ápice. Agora temos de decidir onde pôr a bola vermelha e quando ligar as luzes. Agora metemos a estrelinha no topo com satisfação de um trabalho bem feito. Agora sim sinto-me em casa.

E inaugurámos finalmente o presépio que comprámos no museu de Arte Moderna em Chicago - foi amor à primeira vista!!

Agora só faltam mesmo os presentes debaixo da árvore!

Acho que sim, já posso dizer...Feliz Natal a todos!!


PS: o exercício de hoje é encontrar o número total de refêrencias ao filme "Nightmare before Christmas" nesta foto...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Day Twenty Seven: From a Distance

Como diz a famosa canção, eu sou do Benfica e isso me envaidece. Sou do Benfica desde pequenina, o Rui Costa é o meu herói, o vermelho a minha cor, a Luz a minha Catedral. Como tantos outros adeptos, faz-me confusão que não se seja do Benfica (porque não se há-de gostar do melhor?) mas respeito que não se seja - torna a coisa ainda mais interessante, um pouco de competição nunca fez mal a ninguém.
Sempre segui o meu clube, ao vivo, pela TV, pela rádio, pela net....vibrei com o 3-6 em Alvalade, sofri com os 7-0 em Vigo. Estando longe algumas pessoas pensaram que iria deixar de seguir o meu clube. Mas não, em Maio de 2010 lá estava eu em Trafalgar Square a festejar mais um título de Campeões Nacionais. E há duas semanas atrás foi o amor ao meu clube que me fez tirar uma tarde, apanhar um avião para Manchester, e estar em Old Trafford a apoiar o meu Benfas. Mesmo com temperaturas de 2 graus. Mesmo a ter que acordar às 4 da manhã para apanhar o avião de volta a Londres e estar sentada na secretária para mais um dia de trabalho às 9h da manhã. Valeu a pena, perguntam vocês? Como dizia o mestre, tudo vale a pena se a alma não é pequena. O estar num estádio como Old Trafford a jogar contra uma equipa como o Manchester United a apoiar um clube sem comparação, vale sempre a pena. Um canto do estádio que nunca se sentou, que nunca se cansou, que nunca se calou de gritar pelo seu clube. Um canto de calou o resto do estádio - em Old Trafford só deu Benfica. Mostrámos aos ingleses quem somos, que os Portugueses em geral, e os Benfiquistas em particular têm raça. Não somos só penteados janotas e truques de pés. Não somos só arrogância e trocas de palavras. Somos ferverosos, apoiamos o nosso clube mesmo a perder. Eu sou Benfica, e sempre serei.

E hoje ainda mais, depois de um resultado menos bom entre tantos tão bons. Ainda temos tanto pelo qual lutar - e eu apoio o Benfica sempre, quando perde e quando ganha. O que acontece aos outros clubes é secundário. A minha paixão é pelo Glorioso e não pela desgraça dos outros.

Viva o Benfica!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Day Twenty Six - Close Up

Eu sou do género de turista que compra o guia turistico com antecedência suficiente para planear ao pormenor as minhas viagens. E cada guia é um troféu, uma lembrança, um bocadinho de uma experiência boa que fica guardado na minha estante. E aqui fica um "close-up", um porção desses troféus, com alguns dos guias que me ajudaram a planear boas recordações.