Vi LOA em 2004, no mítico Garage em Lisboa. O calor, o facto de ter sido a meio da semana e também por ter sido durante o Euro 2004, no dia em que jogámos contra a Rússia, limitou a audiência. Também o facto da banda estar à vários anos parada quando o concerto foi feito contribuiu para ser o concerto com menos pessoas na assistência em que já alguma vez estive. Mas isso tornou-se algo positivo: éramos poucos mas dessa forma criou-se uma ligação entre a banda e quem lá estava a assistir, tudo die-hard fans da banda.
Ontem tive o prazer de ir ver Keith Caputo ao vivo. Keith é o vocalista dos LOA. Tem vários álbuns a solo, todos marcadamente diferentes da musica dos LOA. O concerto foi no Barfly, em Camden. Mais uma vez a audiência era pouca (também não cabia muita gente no Barfly), mas mais uma vez uma ligação se estabeleceu entre Keith e o público.
O som estava muito pobre infelizmente, e em grande parte das músicas quase não se ouviu a voz dele, com grande pena minha visto que era ele a atração do evento, digamos assim. Mas perto do fim, Keith tocou duas canções acústicas (Always e Selfish), e como não havia practicamente som de instrumentos a sobrepor-se à voz de Keith, deu para ouvir a sua excelente voz na perfeição. Como estava bem na frente, a menos de um metro do cantor, foi excelente conseguir ouvir a sua voz naturalmente, e não por altifalantes. Estava mesmo ali, e foi magnífico. Keith é uma personagem intrigante. O seu cerca de 1.50 m está cheio de paixão pela música. A forma como dança e vibra com as suas canções é única, e é difícil de entender se é mesmo assim ou se há algo mais a contribuir para tal emoção. Quando canta a sua voz é forte, mas quando fala sua voz sai como um sussuro, especialmente em situações como quando nos falou da canção que escreveu para a ex-namorada, que está de momento a passar um mau bocado devido a sua toxicodependência (aliás, como parece estar toda a gente à sua volta). Como ele disse, 'a tragédia inspira-o'. Foi um concerto intimista, diferente, muito intenso. So é pena as condições de som terem sido tão más, e só ter tido o previlégio de ouvir a sua voz como deve ser em duas músicas. No entanto, duas canções mágicas.