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domingo, 15 de maio de 2011

Columbia Road Flower Market

E é tempo de voltar aos posts sobre Londres, e a nossa vida em Londres. Hoje, plácido domingo, fomos até Columbia Road e ao seu famoso Flower Market. Columbia Road é uma rua que largura mediana, que se torna mínima dada a quantidade de pessoas que enchem a rua em busca dos melhores achados florais. Rosas, lírios, tulipas, girassóis, próteas, cravos, enchem a rua de um colorido imenso e de uma aroma agradável. A banda sonora desta pintura campestre são os pregões dos vendedores que prometem vários ramos em troca de uma nota de £5, ou pés de laranjeira em troca de duas. A ladear a passarela hortícola estão várias lojas de bairro, a vender cupcakes, antiguidades, roupa em segunda mão. O verdadeiro East End londrino decorado com as mais belas flores de Inglaterra e arredores.
Um belo passeio, com o único senão de ter tanta tanta gente, que muitas vezes se torna difícil ver as barraquinhas e os seus produtos. Mas, fosse eu uma pessoa que acorda cedo sem problemas, teria ido mais pela fresquinha da manhã e não à hora do almoço, e teria tido uma vista mais desafogada.
Uma experiência a repetir, com a promessa de tentar ir mais cedo da próxima vez (tentar, atenção!).








domingo, 8 de maio de 2011

Island in the Sun

Sempre disse que sou uma pessoa que prefere viajar para cidades. Adoro cidades com historia, com cultura, em que nos podemos perder a cada esquina em detalhes da vida de um país. Amo! Sempre disse que destinos de praia não senhor, que para isso ia para o meu país e banhar-me nas aguas geladinhas do Atlântico.
Mas para lua de mel queríamos algo diferente. Algo onde podéssemos relaxar após meses de preparativos. Onde podéssemos fazer o que nos apetecesse, ou seja nada. Por isso agora tenho de voltar atrás e dizer que, cidades sim senhora, ainda são o meu destino de férias favorito, mas ir assim a uma ilha paradísiaca de vez em quando não calha nada mal! Por isso dou comigo já a tentar procurar o próximo destino de férias deste tipo, embora tudo possa nunca passar da fase da pesquisa, dado o valor que é preciso dispender para este tipo de férias...enfim, sonhar nunca fez mal a ninguém, pelo contrário!

Uma semaninha no paraiso. Eu sei que isto soa a lugar comum, roça até o azeiteiro, mas foi isso mesmo que foi. As águas quentes, o pêr do sol maravilhoso, a comida fantástica, as cores vibrantes, a fauna exótica e maravilhosa (excepto as osgas, eu odeio osgas!!!). Foi tudo fantástico! Acho que pela primeira vez em toda a minha vida acordei de bom grado cedo, para tomar o pequeno almoço que já esperava por nós, naquela esplanada à beira mar, para depois descansar um pouco nas cadeiras de praia antes de nadar com os peixes naquele mar de um azul tão imenso. Fica no coração por um momento muito feliz na minha vida, e pela beleza natural daquela ilha no meio do Índico.

Em "Casablanca" eles iriam sempre ter Paris. Nós iremos sempre ter Meeru!





















terça-feira, 3 de maio de 2011

It's a nice day for a royal wedding




Sexta feira foi feriado por cá. Dia de casamento real. Real de realeza, porque reais todos os casamentos são. Uns mais reais que outros mas isso é conversa para outro blog. Os ingleses adoram uma boa festa, e esta foi mais uma desculpa para celebrar o seu país, a sua rainha e a sua bandeira. Por todo o lado as lojas e os pubs anúnciavam produtos, realmente ingleses, embora uns mais ingleses que outros, que neste fim de semana de orgulho nacional não se queria ser apanhado a celebrar com uma bebida estrangeira na mão. Embora tenha achado tudo isto muito interessante do ponto de vista sociológico, não me deixei contagiar (muito) pela ocasião e deixei-me ficar em casa a ver o casório na TV, limitando-me a ir até ao centro a seguir ao almoço, para ver com os meus próprios olhos a plebe alcoolizada e divertida a pavonear-se por The Mall ou na relva de St James Park, enquanto a familia real e seus dignos convidados se divertiam na festa privada dentro das (mais que) quatro paredes do Palácio de Buckingham. 


Que isto não vos soe a amargura...pelo contrario. Aliás ao ver Kate (ou Katherine como agora devemos chamar a duquesa) fazer a (longa) caminhada até ao altar onde lhe esperava o seu príncipe encantado, aquele com que sempre sonhara (ela e a sua mãe, dizem as más linguas) fez-me ter um pouco de pena dela, por ter de partilhar o seu dia com o mundo inteiro. Por não ter direito a escolher os seus próprios convidados. Por estar limitada na escolha do seu próprio vestido (mostrar os ombros nem pensar, segundo o protocolo). Por ter de fazer a vénia à sogra-avó. Como deve ser difícil não poder dar a mão à sogra e sorrir com ela. Como deve ser difícil não poder escolher com a mãe o vestido sem pensar no protocolo. Sem ter uma despedida de solteira arranjada pelas amigas sem medos de ser apanhada pela Imprensa. Poder entrar no altar e pensar que aqueles que ali estão, a sorrir e a olhar para ela são aqueles que realmente deviam estar ali, são aquelas pessoas que lhe dizem muito, que fazem parte de quem ela é, da historia da sua vida. Sem ter a sua sobrinha a levar as alianças com uma responsabilidade nunca vista. Sem ver o rosto daquele que escolheu para toda a vida a emocionar-se quando a viu entrar na igreja. Sem ver o seu pai a emocionar-se quando por sua vez lhe entregou ao noivo. Sem ver a sua querida irmã a conter as lágrimas de emoção ao invocar o nome dos que já não estão entre nós. Sem dançar atrapalhadamente com o noivo e rir-se disso. Sem cantar desafinadamente com a sua linda irmã. Sem tirar milhares de fotos tontas com as melhores amigas. Sem ver a familia dançar sem preconceitos apenas por estar feliz. Sem abraçar o seu sobrinho e dizer que gosta muito dele. Sem...


Acho que no fundo o que estou a querer dizer é que tive pena dela porque o casamento dela não foi como o meu. Porque o meu foi sim, um casamento de um conto de fadas. O dia mais feliz da minha vida, partilhado com quem mais amo, divertido, leve e de alguma forma informal, em que fizemos o que queriamos e com quem queriamos, sem nos preocuparmos com ninguém. Porque embora por toda a imprensa se diga que este foi o casamento do ano (do século), para mim o casamento do ano, do século terá sempre sido o meu! 

Claro que para ela foi sem dúvida o dia mais feliz da vida dela. Mas eu prefiro ser uma plebeia anónima, que pode escolher o que quer e quando quer. Mais vale reinar na minha casa do que reinar um pais e estar presa nele.