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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Lisbon Revisited (2010)

Quando escrevi o post abaixo, foi com a intenção de escrever este logo de seguida. Mas como raramente consigo escrever neste blog com a regularidade que desejo, tal não aconteceu.

Mas aqui vai, mais vale tarde do que nunca.

No passado mês de Junho, em plena euforia do Mundial (antes do desgosto de sermos eliminados pela Espanha) fui a uma declamação de poesia de Fernando Pessoa, parte dos eventos do City of London Festival de 2011, que este ano teve como tema Portugal e os países lusófonos.

Num dia de bastante calor, lá fui eu, sózinha com os meus botões, dado que sendo dia de jogo da Argentina (que na altura ainda era uma séria candidata) ninguém optou por me fazer companhia num fim de tarde a ouvir Pessoa e a beber bom vinho português. Acharão que um fim de tarde com Maradona é bem mais produtivo.
O evento contou com participações de Inês Pedrosa (presidente da casa Pessoa em Lisboa), o Dr Seabra Pereira da Universidade de Coimbra e Richard Zenith, o líder mundial em tradução de Pessoa para a língua inglesa, assim como um dos maiores conhecedores do poeta fora do nosso país. Zenith falou um pouco da história de Pessoa e dos seus heterónimos, lendo depois alguns poemas em inglês.
Foi algo muito interessante e que me encheu de orgulho lusitano, ver um americano falar de Pessoa com um entusiasmo tal, que se notava um brilhozinho nos olhos e não conseguia disfarçar o sorriso entusiasmado.
Um pouco menos interessante foi ouvir Inês Pedrosa falar durante muito mais do que o tempo previsto sobre a Casa Pessoa, não dizendo muito de valor e roubando tempo ao Dr. Seabra Pereira, cuja participação valeu pelo video de Mariza a cantar ''Há uma musica do Povo'', uma musicalização de um poema de Fernando Pessoa, e também pelo ar atordoado dos presentes que não entenderam uma palavra do inglês atroz do Dr Seabra Pereira (à que dizê-lo com frontalidade, já dizia o outro!).
Ouvir Pessoa em inglês (e depois em Português, pela voz do Dr Seabra Pereira, num português bem melhor que o seu inglês) ao sabor de um belo vinho português, foi sem dúvida uma experiencia diferente.
Ouvir e ver reacções de ingleses (e espanhóis, que lá estavam tantos!), e perceber que também eles ficam fascinados pela obra daquele que é, na minha opinião, o melhor dos nossos poeta, é algo que com toda a certeza me alimenta a alma e me deixa um pouquinho mais orgulhosa de ser portuguesa.
Nós também fazemos coisas boas!