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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hung(Over) Parlament

No passado dia 6 foi dia de eleições no Reino Unido. Estas eleições foram marcadas pelo estreia dos debates eleitorais na TV no Reino Unido, pelas gaffes de Gordon Brown (principalmente aquela em que se esqueceu do microfone ligado e ''ofendeu'' em directo na TV inglesa uma eleitora com quem tinha acabado de falar). No meu ponto de vista, estas eleições ficam também marcada pela parcialidade dos jornais deste país, e embora me continuem a dizer que é mesmo assim por cá, continua a parecer-me pouco profissional. Não serão os media meios de informação e não meios de influência óbvia e sem vergonha? Enfim...esse será um debate para outro post. Gordon Brown foi o grande derrotado, com o partido Conservador a conseguir a maiora dos votos, mas a não conseguir a maioria no parlamento, o que forçou Cameron (líder dos conservadores) a aliar-se a Nick Clegg dos Liberais Democratas. O sistema eleitoral desta país é algo que do meu ponto de vista roça o terceiro mundista: os votos são contados por ''constituências'', o que significa que não ganha o partido com mais votos mas sim o que conseguir ganhar mais ''constituências'' (imaginem que uma “constituência” é uma freguesia). Ou seja, se numa conseguem 10 votos (hipotéticamente falando óbviamente) elegem um deputado, assim como também conseguem o mesmo número de deputados noutra “constituência”se conseguirem 5 votos, desde que estejam em maioria. Ou seja, pode acontecer ter mais votos no total mas ficar atrás porque não conseguiram ganhar em tantas constituências como os outros. No fundo, os eleitores votam para eleger o deputado da sua “constituência”, não o primeiro ministro. O próprio acto eleitoral também é muito estranho. Por um lado existem várias mesas de voto, o que é bastante conveniente, e o facto de acontecer durante a semana e durar o dia todo (8h-22h) faz com que seja mais práctico ir votar (para todos aqueles que se desculpam com idas à praia no domingo de eleições, isto não dá muito jeito). Por outro lado, não há controlo absolutamente nenhum. Nós lá fomos armados de passaporte (porque ainda não recebemos os nossos cartões de eleitor) mas a senhora que estava a entregar os boletins olhou-nos como se fossemos um pouco tontinhos quando lhe tentámos provar a nossa identidade. Afinal, basta dar-lhe o nosso nome e morada que ele acredita em nós. Isto até dá jeito e tal, mas depois acontece como aconteceu, pessoas a votarem em nome de outras. Dá jeito quando o amigo vai de férias e nos pede para votar por ele, mas também facilita a fraude eleitoral, não? De resto, tudo (quase) igual. As mesmas cabines toscas feitas de madeira, boletins de voto com os partidos em quem votar, as mesmas urnas em plástico. Mas atenção, dobrar os boletins em 2 e não em 4, como em Portugal, nada disso. Ah, e aquele boletim que tinha 2 colunas (para indicar primeira e segunda escolha) deixou-me perplexa! Estes britânicos gostam mesmo muito de ser diferentes...