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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

This is Halloween

O MOMA tem uma exposição acerca do trabalho de Tim Burton. Não o seu trabalho cinematográfico, mas o seu trabalho gráfico. Ia revisitar o MOMA de qualquer forma em 2010, mas assim, vai ser ainda melhor!

domingo, 29 de novembro de 2009

Don't worry, be happy


A par de LA e Nova Iorque, Londres é uma das capitais mundiais da comédia. Existem clubes de comédia a cada esquina, e nas ruas mais movimentadas do centro é comum esbarrarmos com pessoas que distribuem panfletos anunciando espectáculos e prometendo gargalhadas a torto e a direito.

No domingo fomos assistir a um espectáculo de stand up comedy um pouco diferente, no entanto. Diferente porque foi todo em português.
Soubemos através de um amigo que António Raminhos e Pedro Miguel Ribeiro iam dar um espectáculo inteiramente em português no Brixton Comedy Club. Já tinha visto ambos na televisão, embora não conhecesse muito do trabalho deles. Dado serem portugueses e comediantes (combinação que iria sempre resultar a menos que um deles se chamasse Fernando Rocha), não pensamos duas vezes e decidimos ir. Mesmo que não tivessem piada, la estariamos a apoiar o que é português.

Depois de um domingo de muita chuva e ventania, lá enfrentamos a intempérie e dirigimo-nos a Brixton, onde nos encontrámos com alguns amigos. Ao chegarmos ao local, encontrámos os dois comediantes sentados no pub a trabalhar no seu material enquanto bebiam umas 'pints' (que melhor catalizador para a inspiração que a cerveja?). Um dos nossos amigos já os tinha encontrado em Camden durante a tarde, e após uma aproximação talvez um pouco assustadora para o Raminhos, na qual o meu amigo se apresentou, pode-se dizer que já eram quase bons amigos.
Ao inicio a sala parecia algo vazia, mas passados alguns minutos ficou practicamente cheia, contando-se cerca de 50 espectadores, o que convenhamos, para um espectáculo de comédia em português em Londres, não é nada mau.

Pedro Miguel Ribeiro começou, e à medida que foi aquecendo foi melhorando e acabei por soltar umas boas gargalhadas com a sua actuação. Talvez pecasse pelo demasiado esforço em adaptar as piadas à realidade londrina (todos nós sabemos o que são Euros, não há necessidade de adaptar para Libras, por exemplo) mas regra geral esteve bem e com piada. Na segunda parte António Raminhos foi sem dúvida a surpresa. Desde a sua entrada em palco que nos fez soltar gargalhadas valentes, não só pelo seu material mas também pelo seu aspecto (cabelo desgrenhado e barba comprida), que ele sabe bem usar a seu favor. No fim, uma experiência a repetir da próxima vez que vierem a Londres, como ficou prometido.

Se o espectáculo em português não foi uma experiência nova para ambos (dado ser a segunda vez que actuaram juntos em Londres), de louvar a estreia na comédia em inglês, onde se estrearam uns dias antes do espectáculo em Brixton. Infelizmente não pude comparecer, mas gostava de lá ter estado a apoiar malta tuga, e com piada ainda por cima.

Sempre agradável assistir a espectáculos em português com qualidade em Londres, onde a musica pimba e seus derivados é geralmente mais frequente nos acontecimentos portugueses.

Para saber mais sobre António Raminhos, cliquem aqui.

domingo, 22 de novembro de 2009

Welcome to the jungle

Eu nunca tinha visto, embora já tivesse ouvido falar ou lido nos já extintos jornais gratuitos da tarde. Ontem quando saí do emprego e me dirigi a estação do metro, lá estava ele. Um homem de trinta e alguns anos, bem vestido, fato e gravata, sobretudo e barba feita. Empunhava um cartaz, como tantas outras pessoas o fazem nas ruas de Londres, ora para publicitar lojas e restaurantes ou para angariar dinheiro para uma caridade. Mas este era diferente. Como já disse, já tinha ouvido ou lido sobre estes cartazes, mas sempre com a sensação (ou esperança) de ser mito urbano. O cartaz dizia em letras garrafais "Procuro emprego" e continuava descrevendo as suas capacidades e qualidades profissionais, entre várias línguas faladas e experiência em várias áreas a sua capacidade de trabalhar em grupo.
Um acto de protesto ou desespero? Não sei qual a sua motivação. Mas a crise (seja lá o que isso for) está em todo o lado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Vida e Café

Um dia destes, ia eu descansadinha da vida a descer Regent Street quando deparei com um novo estabelecimento. Mas este não era um estabelecimento qualquer, não senhor.
Apesar de parecer uma normal coffee shop (ao estilo inglês, não holandes), a cor vermelha e o seguinte logo chamaram a minha atenção:


Mas que está este simbolo, semelhante ao da monarquia portuguesa, a fazer aqui? Terá sido o pessoal do blog 31 da Armada a internacionalizar as suas partidas? E por que raio vendem meias de leite e galões? Algo não bate certo....

Alguma pesquisa depois, e fiquei a saber que Vida e Caffe é uma cadeia de cafés sul-africana (os sul-africanos gostam muito de se fazer passar por portugueses, tou a ver). Cansados do domínio dos gigantes Starbucks, Costa e afins, e querendo acabar com café de fraca qualidade servido em 'baldes', decidiram começar a sua própria cadeia, tendo como inspiração os cafés de Lisboa e Porto e practicando aquilo que eles chamam de 'regressar às raizes do espresso' (ou bica, para os dos sul, cimbalino para os do norte).

Até aqui tudo bem. Apesar de usarem a imagem do nosso país, e de eu não ser própriamente uma grande apreciadora do néctar castanho escuro, até aplaudo a iniciativa do regressar às origens do café e assim...

Agora o problema começa com o uso da Língua Portuguesa, e a começar logo pelo nome: Vida e Caffe. O duplo 'f' deve ser para tornar mais fino. O menu está quase todo em português (apesar de eu ter algumas dúvidas de que alguém me entenderá se eu um dia lá entrar e pedir um galão), no entando acho que alguns erros poderiam ter sido evitados com um simples corrector ortográfico (escreve-se "laranja", e não "laranje" meus amigos sul-africanos).

Longe de mim ser perita em Língua Portuguesa, basta ler o blog para perceber que não o sou, mas também não estou a vender nada a ninguém, logo tenho menos responsabilidade.

Aqui está uma foto de um cartaz afixado na montra do estabelecimento.
Feita frescos?! Mas que raio...tudo bem que a língua inglesa é pobre em género, mas convém informarem-se antes de publicarem estas coisas. Eu até lá ia pô-los na ordem, mas o sítio já estava fechado às 6h da tarde. Digamos que se é assim que querem fazer frente aos Starbucks, não vão longe.
Até porque como o sitio estava fechado eu fui logo até ao Starbucks da esquina beber um caramel machiatto.
Se quiserem saber mais sobre esta cadeia, visitem http://www.vidaecaffe.com/ , e não percam os conselhos alucinantes do senhor Joao (sim, sem acento). Ou então, percam.

Happy Birthday to Me

Ainda aqui não falei dos meus anos. Fiz anos recentemente, e pela primeira vez celebrei-os em Londres enquanto residente desta extraordinária cidade. Digo isto desta forma porque já os tinha celebrado por cá duas vezes, mas sempre estando de férias na cidade do Big Ben.
Estava um pouco apreensiva, estando longe da minha família e dos meus amigos, mas no final tudo correu muitíssimo bem e acabei por ter uma festa muito divertida e agradável, com direito a algumas supresas. O melhor presente foi aperceber-me (embora já o soubesse) que não estou sózinha nesta cidade, e que conheci pessoas às quais posso chamar de amigas e que me apoiam nesta aventura. O que é sempre bom quando estamos longe! Considero que (e sei que esta opinião é algo controversa) que à medida que vamos ficando mais velhos vai-nos sendo mais dificil criar laços de amizade profundos, mas não o é de todo impossível.

No entanto, não deixei de ir a Portugal celebrar os meus anos (acabando por ter tido 3 festas de aniversário – nada mau!) primeiro com a minha família que tanta falta me faz, e depois com as minhas amigas fofanelas a quem já conheço à tanto tempo que practicamente não sei imaginar a vida sem elas. Obrigada amigas, por uma noite espectacular, de muita risada e viagens do tempo até a uma década onde tudo era mais glamoroso e a malta usava chumaços nos ombros para parecer mais “cool”. No entanto, senti pela primeira vez nos ombros o peso da idade ao aperceber-me da expressão de ignorância no rosto do meu sobrinho quando lhe perguntei o que era um walkman! Enfim, ele é da geração da internet, do hi5, do youtube, das PS3, e às vezes juro que me parece que lhe custa acreditar que há 13 anos a maioria destas coisas nem sequer existiam!

Obrigada também à minha Trix pela sua disponibilidade num domingo à noite, por me dar o previlégio da sua companhia, embora que breve demais. Fica prometido o nosso jantar em Dezembro!

Mais um ano, e no entanto continuo a pensar que ainda sou a miúda de 16 anos de há anos atrás, cujas maiores dúvidas existênciais eram onde fazer o piercing ou onde ia sair no sábado à noite.