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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ice, Ice Baby


Quando nos mudámos para Londres vinhamos preparados para temperaturas muito mais frias que em Portugal. Na minha primeira semana cá, lembro-me de um dia sair ao almoço para ir dar uma volta pelas redondezas e de quase ter gelado as mãos enquanto comia uma sandes. Mas depois vamo-nos habitando, vamos aprendendo a vestir várias camadas de roupa, de modo a estarmos prontos para o frio da rua e o quentinho dos ares condicionados dentro dos edificios com um simples sacar de uma ou duas camadas (desde que deixemos pelo menos uma camada, óbviamente!).

Já tivemos uma mão cheia de dias em que nevou, uns mais que outros, e mesmo assim fomos sobrevivendo. Mas nada nos tinha preparado para o sábado passado. Mesmo sem nevar, mas com a temperatura máxima a não superar os -2 graus (imaginem a mínima), sair à rua tornou-se um aventura, na qual o mais importante era proteger os dedos das mãos (já que as luvas se revelaram insuficientes) e o nariz, que parecia que se lhe dessemos um toque ao de leve caia tipo esfinge. Cachecol enrolado na cara, de modo a ficar só com os olhinhos de fora, lá avançámos nós rua fora. O que nós não fazemos por um pacote de Nestum e de batatas palha Pala-Pala. É nestas alturas que sentar num café com uma bebida bem quente entre as mãos sabe mesmo muito bem.

Este sábado foi o culminar de uma semana gelada, de frio polar, que gelou o Regent's Canal e as fontes em Trafalgar Square. Mesmo já estando um pouco mais habituada ao frio de cá, foi difícil manter-me quente. Até em casa, onde o isolamento das paredes e o aquecimento central nos faz tantas vezes esquecer as baixas temperaturas que se fazem sentir lá fora, chegou uma altura que nem com o aquecimento no máximo deixávamos de sentir frio. Felizmente, parece ter chegado ao fim. Quer dizer, vai continuar a estar frio, mas esperemos que seja um frio mais suportável que este! Senão ainda perco as pontinhas dos dedinhos e deixo de poder teclar estes posts sobre coisa nenhuma.