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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Endless Pain

Porque não tenho palavras e porque não diria melhor, aqui fica a homenagem...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ice, Ice Baby


Quando nos mudámos para Londres vinhamos preparados para temperaturas muito mais frias que em Portugal. Na minha primeira semana cá, lembro-me de um dia sair ao almoço para ir dar uma volta pelas redondezas e de quase ter gelado as mãos enquanto comia uma sandes. Mas depois vamo-nos habitando, vamos aprendendo a vestir várias camadas de roupa, de modo a estarmos prontos para o frio da rua e o quentinho dos ares condicionados dentro dos edificios com um simples sacar de uma ou duas camadas (desde que deixemos pelo menos uma camada, óbviamente!).

Já tivemos uma mão cheia de dias em que nevou, uns mais que outros, e mesmo assim fomos sobrevivendo. Mas nada nos tinha preparado para o sábado passado. Mesmo sem nevar, mas com a temperatura máxima a não superar os -2 graus (imaginem a mínima), sair à rua tornou-se um aventura, na qual o mais importante era proteger os dedos das mãos (já que as luvas se revelaram insuficientes) e o nariz, que parecia que se lhe dessemos um toque ao de leve caia tipo esfinge. Cachecol enrolado na cara, de modo a ficar só com os olhinhos de fora, lá avançámos nós rua fora. O que nós não fazemos por um pacote de Nestum e de batatas palha Pala-Pala. É nestas alturas que sentar num café com uma bebida bem quente entre as mãos sabe mesmo muito bem.

Este sábado foi o culminar de uma semana gelada, de frio polar, que gelou o Regent's Canal e as fontes em Trafalgar Square. Mesmo já estando um pouco mais habituada ao frio de cá, foi difícil manter-me quente. Até em casa, onde o isolamento das paredes e o aquecimento central nos faz tantas vezes esquecer as baixas temperaturas que se fazem sentir lá fora, chegou uma altura que nem com o aquecimento no máximo deixávamos de sentir frio. Felizmente, parece ter chegado ao fim. Quer dizer, vai continuar a estar frio, mas esperemos que seja um frio mais suportável que este! Senão ainda perco as pontinhas dos dedinhos e deixo de poder teclar estes posts sobre coisa nenhuma.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Happy New Year!!

A passagem de ano nunca foi das minhas celebrações preferidas. Há sempre aquela sensação que temos de festejar até cair para o lado, uma quase obrigação que quase nos inibe a vontade de nos divertirmos. Por isso, desde há algum tempo que prefiro passar a véspera de ano novo como se fosse uma outra noite qualquer de celebração com amigos, sem stress. E foi o que fizémos este ano, mais uma vez. Jantámos em casa com alguns amigos, comemos e bebemos calmamente, conversámos, vimos fotos antigas no computador (''vocês eram tao novos nessas fotos!", não havia necessidade...).


Chegando às 10h resolvemos ir para o centro da cidade, para tentar conseguir um lugar de onde se podesse ver o famoso fogo de artíficio. Não podia esconder alguma excitação: aquelas imagens que todos os anos vejo no final dos noticiários da hora de almoco de dia 1 – as diferentes celebrações da passagem de ano pelo mundo - iam finalmente ser vistas ao vivo. A já habitual sede por bebidas alcoólicas dos ingleses pareceu ainda mais vincada nesta noite, com inúmeros indíviduos já bem bebidos a deambular pelo meio da estrada, ou a cantar no autocarro. Duas raparigas perguntaram-nos cerca de 10 vezes qual era a paragem para o pub 'The Queens Head' e mesmo após termos respondido das 10 vezes, conseguiram a proeza de sair na paragem errada.


O centro da cidade estava fechado ao trânsito, para dar lugar às centenas de milhar de pessoas que se juntavam para ver o fogo, suportanto assim temperaturas negativas em prol de um fogo que é suposto nos aquecer por dentro. Melhor assim, as várias camadas de roupa que trazia vestida juntaram-se assim ao calor humano como arma contra o frio e a gripe de que ainda padecia. Óbviamente, como somos tipicamente portugueses, chegámos tarde demais ao nosso destino, que já estava cheio de pessoas. Mas não houve tempo para desesperos, um polícia delicadamente nos indicou que continuássemos a andar até ao próximo 'viewing point'. Em algumas coisas, são mesmo organizados estes ingleses. Lá seguimos a multidão, milhares de pessoas enchendo o The Strand, avenida habitualmente carregada de carros e autocarros rumando a vários pontos da cidade. O trânsito cortado quase que nos permitia contemplar os detalhes de uma das ruas mais antigas de Londres (e onde se diz que Sweeney Todd fazia picadinho das suas vitimas) não fosse o número de pessoas tal que nos impediu de olhar em qualquer outra direcção que não para a frente não fossemos tropeçar em alguém ou perder os nossos amigos de vista. Após alguns minutos a caminhar, chegamos ao viewing point numero 3 (ou numero 4?), onde já um enorme aglomerado de gente esperava a meia noite. Conseguimos um bom lugar, junto a uma pequena obra, onde nos apoiámos nos pilares esperando o mesmo que toda a gente. Sorte conseguirmos aqueles lugares, porque poucos minutos depois ja toda a área esta cheia de pessoas, mas mesmo assim isso não fazia demover os muitos que tentavam ocupar todo o espaco vazio disponivel.
Entretanto uma familia encaixou-se à nossa frente e tivemos de lutar pelos nossos lugares maravilhosos, porque os ingleses quando querem são muito dissimulados e vão empurrando muito devagarinho até conseguirem o nosso lugar, e nós sem saber como já eramos. Muito comum em paragens de autocarros, mas a experiência em apanhar autocarro todas as manhãs valeu-nos neste momento de quase aflição.
Aproximava-se a meia noite e lá nos empoleiramos nos pilares, de modo a conseguirmos ver o fogo de artíficio que teria origem no famoso London Eye. A meia noite soou, e lá gritamos 'Bom Ano!' e 'Happy New Year' e emborcámos passas pedindo desejos de um ano melhor. Há quem passe a meia noite em cima de uma cadeira, nós passamos em cima de um pilar, não é assim tao diferente. Porque manter o equilibrio em cima de um pilar não é fácil, especialmente quando uma familia inteira te tenta derrubar, as fotos que tirámos ficaram impróprias para consumo. De modo que uso emprestadas as fotos do site da Sky News, bem melhores que as nossas. Quando querem, alem de serem organizados, os ingleses também organizam boas entradas no Ano Novo. Feliz 2009!







domingo, 4 de janeiro de 2009

Do they know it is Christmas?






Estou de volta. De volta em dois sentidos: de volta a Londres e de volta depois de ter passado uma semana de cama com uma gripe que teimou em vir na bagagem comigo, entre as prendas de Natal e os habituais chouriços e bacalhaus que trazemos nesta altura. Já hà vários anos que não estava doente assim e o facto da TV Cabo teimar em deixar de transmitir por razão nenhuma os canais Fox não me ajudou a passar melhor esta semana que supostamente era a minha semana de férias relaxantes, e que acabou por ser um martírio de febre, muita tosse e repetições infindáveis de séries manhosas de TV. Pelo menos deu para ver alguns filmes.


As férias passaram-se num instante. É sempre assim, ansiamos por elas durante meses, e quando finalmente acontecem passam em pouco tempo. Muito pouco tempo. E fico sempre com a sensação de que poderia ter feito mais, de que poderia ter passado mais tempo com a minha família e amigos. Mas eu bem sei que vou sentir sempre isso, por mais que me divida e ande a correr nas férias.


O Natal foi muito bom, com a familia e boa comida, algumas prendas, todas maravilhosas. Lisboa está cada vez mais bela, é a minha cidade do coração, e algumas coisas nela deixam-me ainda triste, outras deixam-me esperançosa que algo vai mudar em 2009. Ou talvez seja só a época natalícia, que faz disto, que nos deixa a pensar na nossa vida. Sesimbra continua pequena e acolhedora, como um pequeno presépio iluminado que me ilumina a alma sempre que desço a estrada da serra rumo ao centro. Muitas coisas só nos aquecem quando estamos longe e deixam de ser garantidas.

Mais um jantar fofanelo, sempre divertido e entusiamante. Onde se recordam tantas coisas e ao mesmo tempo se aprendem outras e cimenta-se a ideia, o sentimento de que a amizade é isto mesmo, é ter um elo de ligação que vai além do passado mas que se prova no presente e se prevê no futuro. São jantares que me deixam com um sorriso nos lábios e me fazem pensar no que estou a perder ao estar tão longe.


Mesmo o pouco tempo que tive com tantos amigos e familiares foram momentos preciosos que valeram a pena, e que gostava de repetir.


Desta vez devido ao horário inapropriado do voo não houve realmente tempo para despedidas. Não houve lágrimas nem crianças a correr e a fazer birra, não houve mil beijos de despedida e palavras de carinho ditas vezes sem conta. Foi tudo feito em casa, ao almoço. Melhor assim, que me fez sentir como um outro dia normal, em que retomava a casa depois de um almoço em família.


O saber que não tardo aí de novo minimizou tudo: a febre, a tristeza, os passos apertados no aeroporto. Até breve!