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domingo, 12 de outubro de 2008

Socks


Uma vez conheci um senhor inglês, que esteve em Portugal algum tempo a dar formação na agência onde estava a estagiar, e que me marcou devido à sua exótica escolha de meias. O senhor andava sempre de fato, e sempre com as faces rosadinhas de subir a rua até ao escritório debaixo de um sol abrasador (estávamos no Verão, um dos Verões mais quentes de que tenho memória). Foi o primeiro choque de cultura portuguesa-inglesa que assisti: nenhum de nós tinha coragem de subir aquela rua no Inverno, quanto mais no Verão, (acreditem, era uma combinação de ruas mesmo muito íngremes), no entanto ele fazia-o sempre, sem sequer pôr a hipótese de apanhar um autocarro. Foi o primeiro índicio de que os ingleses são mais corajoso do que nós no que diz respeito a andar a pé. Bom, mas esse senhor, como andava sempre de fato, usava as suas meias como escapatória para uma indumentária tão aborrecida. Usava sempre meias de correr garridas e com padrões bizarros, fazendo com que em reuniões a nossa atenção se focasse nos seus pés em vez do assunto que estava a ser tratado. Esta atracção por meias garridas parece repetir-se por cá. Tenho um colega ultra-conservador, que embora trabalhando numa agência em que a grande maioria das pessoas usa tshirt e calças de ganga (e se o tempo permitir havaianas), insiste em usar fato todos os dias, excepto à sexta feira que é o seu dia casual, sendo que às vezes, num acesso de quase loucura, se permite usar uma camisolazita. Quando anda de fato, permite-se um devaneio e usa sempre meias amalucadas. As minhas favoritas são as meias 'jogo de futebol', cujo padrão consiste, basicamente, em vários jogadores de futebol sobre um fundo verde-relva. Também há o par de meias patriotas - com uma enorme bandeira do Reino Unido e que gosta de combinar com os botões de punho com o mesmo motivo. Eu acho bem, é um pequeno detalhe que dá alguma alegria a um conjunto algo enfadonho.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Babyliss

Sabemos (ou confirmamos as nossas suspeitas) que estamos num ambiente diferente quando a meio de um dia de trabalho, encontramos uma colega a esticar o seu longo cabelo, usando um daqueles ferros quentes para esse efeito. Foi o cheiro a quente que a denunciou.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ich bin ein Berliner!

Fui recentemente a Berlim. Sinceramente a razão pela qual ainda não postei nada sobre esta viagem é porque tenho andado sem inspiração, e gostava de escrever algo digno para a experiência que foi. Como não sei quando a inspiração vai voltar, e não quero correr o risco de passar a validade para vos falar deste assunto, resolvi fazê-lo agora.

Berlim, há que dizê-lo com frontalidade, é uma cidade espectacular. Mas esta é a minha opinião, vocês são livres de pensar o contrário! E é uma cidade espectacular porquê, perguntam vocês? Por várias razões: a arquitectura, a História (muitas vezes negra) e o que foi feito para ultrapassar essa mesma História, a arte moderna, os contrastes, o ambiente extrovertido e ao mesmo tempo quase campestre, as diferenças e as semelhanças.

Mais uma vez acordámos a horas menos próprias e voámos para Berlim, chegando lá ainda cedo e a tempo de preencher o nosso dia visitando os marcos históricos berlinenses. Preenchemos quase os 3 dias todos que lá estivemos, com tempo ainda para alguns extras (como o museu do Check Point Charlie e Charlottenburg Schloss). O tempo esteve maravilhoso e nem a antipatia típica dos empregados de mesa alemães nos desmotivaram. Das viagens que fiz nos últimos tempos tenho de pôr Berlim no topo da lista, apenas a par de Nova Iorque. E sim, abram a boca de espanto que eu não tenho vergonha: considero Berlim mais interessante que Paris! (Parece que já consigo ouvir os ahhhh! de espanto).

De salientar o famoso Muro e toda a historia à sua volta (aprendida em grande parte no museu referido acima), fascinante e ao mesmo tempo arrepiante. A diferença este Berlin Leste e Berlin Oeste é muito interessante de se ver.

Para terminar este post, o meu tributo ao nosso amigo que foi correr a maratona de Berlim (razão pela qual decidimos em primeiro lugar). 3h10m é muito bom, mesmo muito bom! E nós lá estavamos a apoiar, quer na noite anterior à maratona em que num acto de solidariedade jantamos todos pratos jumbo de massa, quer no próprio dia junto à chegada para o aplaudir!

Aqui ficam alguma fotos:


Brandenburg Tor:

A chegada da maratona junto a Brandenburg Tor:


Charlottenburg Schloss:

Berliner Dom:



Memorial do Holocausto:


Checkpoint Charlie:




Trabant sobrevivente da época pré-queda do muro:


O Muro:


E como já é habitual, uma marca portuguesa em todas as minhas viagens, desta vez no muro:


domingo, 5 de outubro de 2008

Anarchy In The UK

Sabemos que o punk rock já não é o que era quando vemos Johnny Rotten dos Sex Pistols a fazer anúncios a manteiga na televisão.



sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Good Morning Night

Há muitas coisas boas em estarmos a viver noutro país, mas infelizmente também há muitas más. O pior é estarmos longe daqueles que amamos, da nossa família e amigos. O não estarmos disponíveis para ajudar e apoiar quem faz parte da nossa vida. São estes momentos que nos fazem querer pegar na mala e deixar tudo para trás e voltar para casa, a nossa verdadeira casa. Mas infelizmente isso não é assim tão fácil quanto isso.
Por isso, resta-me carpir as mágoas longe, e estar presente em espirito. Mas que custa, custa...