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sábado, 22 de agosto de 2009

You just say "Bingo"


Já à muito tempo que não saía do cinema com uma sensação de satisfação e de dinheiro bem empregue. Finalmente Inglourious Basterds estreou, como Tarantino-dependente que sou já estava a modos que a ressacar. E valeu a pena a espera porque não desiludiu. Dialogos brilhantes, música "a matar" (a OST já vem a caminho, para se juntar a colecção QT), e nem o pézinho descalço tão típico faltou. Muito bom!
Arriverdeci!




Magnificent

Setembro de 1997: após lançarem o controverso álbum Pop, os U2 apresentaram-se em Lisboa, estádio de Alvalade para a sua megalómona Pop Mart Tour. Esta é, seguramente, a única boa experiência que passei em Alvalade! No limite dos meus 16 aninhos, consegui um lugar que me garatiu uma vista privilegiada sobre o palco. Horas a jogar Uno ao sol valeram-me uns bons segundos em que tive Bono Vox e Cia a menos de um metro de mim. Aos 16 anos, posso dizer que foi o máximo.

Quase 12 anos volvidos e voltei a ver U2 ao vivo. Os anos passaram, álbuns novos vieram. Desliguei-me um pouco depois de Pop, mas com How to Dismantle an Atomic Bomb reatei a minha ligação com o quarteto irlandês. Agora é um pouco 'trendy' dizer que não se gosta de U2, que o Bono é um convencido pretensioso com complexo de super herói. Nessa caso, acho que não sou trendy o suficiente. Mas quero lá saber. Achtung Babe é um dos álbuns que marcou a minha adolescência, e o mesmo pode ser dito de Zooropa. Ainda me lembro quando, no 8º ou 9º ano, ja não sei precisar, recebi um redondo 1 (!) na avaliação da minha capa de Educação Visual por ter desenhado o astronauta da capa de Zooropa. Incompreendida, já então!

Se Pop Mart Tour foi megalomona, que dizer da 360Tour? Com um estructura impressionante, qual aracnídeo espacial, um sistema video que permite uma visão 360 sobre o palco, cujo campo de visão está quase ao mesmo nível (com excepção de uma pequena área na parte de trás do palco, todo o estádio consegue ver o que se passa) é dificil não se ficar de boca aberta ao entrar no recinto. Achava que depois de ver Bono sair de um limão gigante para cantar Lemon em Alvalade, nada me iria impressionar, mas mal sabia eu acerca desta Tour.



Megalomono também o número de pessoas, perto de 90.000, quebrando assim o recorde de audiências em Wembley. E acreditem que ouvir 90 mil pessoas a cantar em unissino é qualquer coisa de especial.




E se dá para notar algumas evidências que os rapazes já não têm 20 anos, em termos de performance tenho a dizer que a genica é a mesma de há 12 anos atrás. Em termos de alinhamento, à parte da grande falha de não terem tocado nada do Zooropa [tinha custado muito tocar Stay (Farway, So Close)?], nada a assinalar. Valeu a surpresa de tocarem Ultra Violet (Light My Way), com Bono envergando um casaco de luzinhas violeta muito apropriado.


One, na minha opinião uma das melhores canções pop de sempre, parece não resultar tao bem ao vivo. Fiquem com a mesma sensação em Alvalade (e também com a minha velhinha VHS da Zoo TV Tour em Sidney). One é uma canção magnífica, muito bem escrita, quer em termos de letra quer de música. Acho que já a ouvi milhões de vezes, e sempre que a oiço não consigo deixar de vibrar com a forma como tudo se desenrola, num crescendo de intensidade. Não sei se Bono estã farto de a cantar tantas vezes, mas a verdade é que ao vivo perde um pouco da sua magia. Talvez, para mim, seja uma cancão para ser ouvida sózinha, no meu cantinho.

A par com a impressionante demonstração do poder da tecnologia, fica na memória o momento em que Bono pede para se desligarem as luzes do estádio e nos pediu que colocassemos os nossos telemóveis no ar ao som de Moment of Surrender. Uma autêntica Via Lactea em Wembley!




De assinalar também a excelente organização dos transportes de Londres, e da polícia, que conseguiram exemplarmente escoar perto de 90 mil pessoas do estádio num piscar de olhos, tornando assim aquilo que previa como sendo uma viagem de pesadelo até casa, como uma viagem mais ou menos normal à hora de ponta.

domingo, 16 de agosto de 2009

The Beach

No âmago do meu ser, sou uma verdadeira pexita. Se formos a pensar numa lista de características que fazem de uma pessoa pexita, eu teria de assinalar algumas delas. Mesmo estando longe, não raro algumas palavras saem com o tradicional sotaque e a inegável dicção, facto que se intensifica sempre que visito a minha bonita vila. Com outras coisas tradicionalmente pexitas não me identifico, tal como sair numa escola de samba em bikini ou cantar canções brasileiras no karaoke do Caberga. Mas ainda bem que alguém as faz, senão perdiamos um pouco da tradição pexita.

Uma coisa bem pexita que eu nunca tinha experenciado era ir ao Ribeiro de Cavalo. Agora que se calaram os gritos de exclamação, confirmo, eu nunca lá tinha ido. Isto para quem é de Sesimbra é uma falha quase tão grave como nunca ter ido comer caracóis ao Charrinho.
Ribeiro de Cavalo

Enfim, decidida a colmatar esta falha que fazia de mim uma pessoa menos digna, aceitei pernoitar nesta maravilhosa praia com uns amigos. O principal acesso ao Ribeiro de Cavalo é feito através do mar, mas como a maioria das pessoas não tem o previlégio de possuir meio de transporte que permita tal coisa, o acesso terra, descendo pela encosta mais ou menos acidentada é o mais utilizado.

Ainda hoje estou para perceber como eu decidi aceitar de bom grado a ideia de ir de canoa até este pedaco de paraíso em Sesimbra. Quem me conhece há tempo suficiente para se lembrar das minhas aulas de Educação Física, lembrar-se-á com certeza das minhas tristes figuras quando tentava practicar algum tipo de desporto. Eu sempre fui mais bolos, como dizia o outro. Mas como o tempo muda uma pessoa e eu até gosto de aventuras, lá disse que sim, embora tivesse algumas dúvidas que fosse capaz de chegar ao nosso destino sem cair ao mar. Na dúvida, resolvi envolver toda a mercadoria em sacos de plástico, não fosse o diabo tecê-las. Após algumas voltinhas a tentar dominar o remo, aqui a que vos escreve tem orgulho em dizer que completou não uma, mas duas viagens de canoa sem cair ao mar. Houve momentos, é certo, que temi um pouco, mas no geral correu tudo bem e à parte do calo no polegar direito, um semi-escaldão nas pernas e alguma salmoura na roupa lá chegámos são e salvos. E a vista, meus amigos...só por isso valeu a pena o esforço.


Não somos nós na canoa, mas podiamos bem ser.


Éramos um grupo valente, de 6 pessoas e meia (a nossa fofanela pequenina foi uma alegria constante) e um canito (o Puff ajudou-nos a guardar o acampamento pachorrentamente). Não éramos os únicos na praia, mas os outros grupos estavam a uma distancia que nos dava a segurança de não estarmos sózinhos e ao mesmo tempo o sossego que se impõe nestas situações. Apanhámos sol, tomámos banhos de mar, jogámos Uno e inventámos regras. Quando o sol se comecou a por montámos as tendas (umas mais fáceis que outras) e metemos mãos à obra para confeccionar o nosso manjar de febras, entrecosto e entermeadas, regadas a Casal Garcia, Porta da Ravessa e Sagres. Depois de um autêntico banquete, e de muita baba do Puff , iluminados pela magnifica lua cheia, juntámo-nos em redor da fogueira onde rimos com as historias de terror da mini-fofanela, que nos deu a conhecer a Maria Sangrenta e a razão (ainda por confirmar) pela qual a Kitty não tem boca.
As belas das canoas

Puff, o nosso fiel companheiro de acampamento

O nosso estaminé já montado

Ribeiro de Cavalo, visto do Aquarama


No fim, não só cimentei as minhas raizes pexitas como também passei um excelente bocado com os meus amigos. Foi uma daquelas experiências dificeis de repetir, por ter sido tão única e especial. Pena que 2 fofanelas não tenham ido, pode ser que com esta descrição e com as fotos fiquem com vontade de ir para a próxima.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

You know I'm back, I'm back...

Hiro, o meu terceiro 'sobrinho'

O tempo é muito temperamental. Tem o condão de se arrastar quando estamos a fazer algo mais aborrecido ou de voar quando estamos a passar um bom momento. Por isso 2 semanas (e 3 dias) podem parecer muito mas também podem parecer muito pouco. As minhas férias lá se passaram, sempre bem aproveitadas, por isso sempre a voar. No entanto agora que findaram, fica o gostinho a caracóis e vinho verde nos lábios e a sensação de que havia pouco mais a desejar. Muito sol, muita alegria, embora infelizmente (como já se começa a tornar hábito) não tivesse conseguido estar com toda a gente.


Aqui fica a lista das coisas que marcaram este meu 'Verão'.


Coisas que descobri (ou re-descobri):
Tango (bebida, não a dança)
Maracujoscas
Ribeiro de cavalo e acampamentos na praia
Canoas (e respectivos 'dói dóis canoeiros')
Cães (a minha aversão esta prácticamente curada, graças ao Bolt, Hiro e Puff)
Passeios de barco na nossa bela Sesimbra e o ar salgado a bater na cara
Farinha Torrada (esse doce tão pexito quanto calórico)


Coisas que de novidade pouco teem mas pelas quais anseio sempre:
As minhas Sesimbra e Lisboa
A minha familia sempre igual a si mesma, que me estragaram com mimos e que tanta falta faz por cá
Os meus amigos, os seus sorrisos e as suas conversas
As minhas fofanelas, pelos dias de praia e pelas noites de borga, e acima de tudo pela companhia
Caracóis, choco frito, salada de polvo, ameijoas e, desta vez, até arroz de tamboril
Caipirinhas
Pão com chourico e bolos depois de uma noitada
As compras com a minha mana (eu compro sempre mais coisas que ela, não é nada justo)
O meu Benfica a ganhar (vamos deixar esta neste grupo, ok?)
Chá no Chiado para pôr a conversa em dia


Coisas que não tenho saudades, mas que teem mesmo que ser:
Trânsito na auto-estrada a caminho da ponte (norte/sul/sul/norte)
Praia ao domingo (mas eu vou na mesma!)
'Seitas do garrafão' que vao para a praia em excursão ao domingo com os seus 1024 chapéus de sol, 325 geleiras com minis e sou capaz de jurar que desta vez ate vislumbrei um fogareiro
Falta de lugares para estacionar
Preço da gasolina (mas está tudo maluco por aí?)
Carnavais de Verão em Sesimbra (não gosto, não gosto e não gosto!)



E por aí fora... Para o ano há mais Verão assim. Entretanto vou vivendo o resto do Verão londrino que também está recheado de surpresas. Vou relatando aqui, no sítio do costume (não confundir com o Pingo Doce).

Anybody Out There?

Estou de volta!!
Após umas semanas de trabalho non-stop e de umas férias espectaculares, Cá estou de volta ao fog.
Prometo novidades em breve!!