We Are Family

A semana passada tive uma visita muito especial. Os meus queridos papás vieram visitar-me! Antes tive uma semana desenfreada, muito trabalho no emprego e também em casa, numa tentativa de deixar tudo a brilhar para receber os meus papás! Não que eles alguma vez me julguem por isso, ou que tenham razões para isso, mas porque tudo é pouco no que diz respeito a receber quem me trouxe a este mundo!

Chegaram sexta à noite, já tarde, mas nós tinhamos preparado uma surpresa para os dois: sábado, para festejar o aniversário da minha mãe (e também do meu pai, com algum atraso), fomos até Paris. Sim até Paris, como quem diz, fomos até ali a Alfarim e voltámos. Acordamos cedo, fomos até à estação St. Pancras International (mesmo ali ao lado onde o Harry Potter apanha o comboio para Hogwarts – a magia foi a mesma), e apanhámos o comboio para Paris. Mantivémos segredo até à última, tudo foi revelado quando tive de lhes dar os bilhetes para embarcarem rumo à Gare du Nor em Paris. Na maioria das vezes, dar é bem melhor que receber, e esta foi uma dessas situações. Percebi que eles gostaram imenso da surpresa, e isso produziu em mim um apertozinho no coração, por me aperceber finalmente que estava a fazer algo verdadeiramente bom para os meus pais, que já fizeram tanto por mim nesta vida. Embora ache que nunca vou conseguir retribuir, só o sorriso nos seus lábios quando embarcaram no Eurostar fez-me maravilhas.
Muitas coisas na minha vida familiar vão estar sempre na minha memória, mas esta viagem vai estar sempre entre as mais belas recordações. Passear com eles junto à Torre Eiffel, caminhar pelos Champs Elysées, ver a excitação da minha mãe ao ver o Notre Damme e do meu pai ao ver o Sacré Coeur fez-me feliz, por saber que eles também o estavam!
Voltámos sábado à noite, exaustos mas felizes, com a memória de uma viagem que nenhum de nós vai esquecer.





Mas de volta a Londres, a experiência não foi menos importante. Visto ambos os meus pais já cá terem estado e já terem visitado todos os pontos turísticos de Londres, fomos a outros sítios, menos mediáticos mas não menos deslumbrantes. Aproveitando o sol londrino, fomos até Richmond, onde estivemos a poucos metros de um grande grupo de veados e gazelas, e onde passeámos no parque e junto ao rio. Richmond é uma pequena localidade no sul de Londres, linda e romântica, onde aconselho quem poder a ir visitá-la. Ainda aproveitando o tempo magnifico, apanhámos um barco no rio Tâmisa até Greenwich, onde se encontra o meridiano (de Greenwich, claro) e de onde se tê uma vista fantástica sobre Londres. A viagem de barco foi magnifica, permitindo-nos passar junto ao Big Ben, London Eye, Tate, Tower Bridge, St Pauls, Tower of London, etc...
Tudo isto e muito mais numa visita dos meus queridos pais, que me pareceu curta, como sempre! Mas acho que nunca ficaria satisfeita, independentemente do tempo que eles ficassem. Ia querer sempre mais!

You are my sunshine

Neste momento, encontro-me sentada numa ‘patisserie’ francesa, com um cappucino e um pão au chocolat prontos a servirem de pequeno almoço. Estou aqui porque está sol: Londres está debaixo de sol à uma semana, o que me parece digno de ser registado no livros dos recordes. Embora não esteja o calor que está em Portugal (também invulgar para esta altura), o facto do sol estar a brilhar à tanto tempo deixa-nos a todos mais bem dispostos. As t-shirts e os tops já sairam da gaveta da maioria dos londrinos, e as chinelas havaianas já chicoteiam os passeios da cidade. Não podia ser um começo de Primavera melhor que este, embora não consiga deixar de pensar que em Abril ainda nos espera mais uma ‘onda’ de frio. Voltando à razão porque estou aqui: quarta tenho exame de Espanhol, e queria rever a matéria e aproveitar o sol ao mesmo tempo. É nestas alturas que me apercebo como é bom ter um portátil! Mas não consigo deixar de pensar na ironia: uma Portuguesa a estudar Espanhol num café Francês, em Londres.
Estou sentada junto ao vidro, logo consigo aproveitar o sol que banha Londres neste momento. À frente do café fica o parque aqui do sítio. Não sei ser poderá ser classificado de parque, no que a parques londrinos diz respeito. É mais uma espécie de rotunda gigante com relva, àrvores, bancos e baloiços para as crianças. Nesta hora pré-almoço, há dezenas de crianças a baloiçar-se nos baloiços, a jogar futebol com os pais, a brincar à apanhada com os amigos. Aqui no café, muitas senhoras tomam café juntas, falando das cuscuvelhices que marcaram a semana passada. Junto a mim duas raparigas passam de discutir livros às maravilhas do karaoke. Tenho algumas dúvidas se há algo de maravilhoso no que a karaoke diz respeito, mas não me atrevo a meter o nariz na conversa. Prefiro manter este ‘diálogo’ convosco! Entretanto um casal de portugueses entra, e conversa despreocupadamente com aquela falsa segurança de que ninguém entende o que dizem. Já deviam saber que há sempre um português à espreita, neste caso eu. Embora seja tão fácil esquecermo-nos disso!
Agora espero que me perdoem, mas tenho que ir aperfeiçoar o meu espanhol. Hasta!